Como Boca Juniors e River Plate seguem sem realizar a final da Libertadores de 2018, o Grêmio se mantém como o atual campeão da América. E, tendo sido o último representante sul-americano no Mundial de Clubes, tem autoridade para se posicionar. Esta é a visão do presidente Romildo Bolzan Júnior que, neste domingo (2), voltou a disparar contra a entidade máxima do futebol continental.
— Não imagino mais nada. Era para jogar a segunda partida e fizeram toda aquela "papagaiada". Agora aconteceu o mais surreal: nem o outro time quer jogar mais. Então não vai ter jogo, pelo que eu estou vendo. O que eu tenho para te dizer? Eles que se virem. Fizeram esse imbróglio. O Grêmio está vendo de camarote tudo isso — disse o mandatário tricolor, que logo completou. — O continente sul-americano se encaminha para estar ausente do Mundial de Clubes. Este é o meu sentimento. Eu tenho a posição do Boca, de que não joga e vai esgotar o assunto no campo jurídico. O nosso recurso, eles (Tribunal da Conmebol) julgaram em duas horas. Acho que vai acontecer a mesma coisa agora. O modus operandi é esse — finalizou.
O problema é que, com a vitória sobre o Corinthians, o Tricolor garantiu-se na fase de grupos da Libertadores. E, no dia 17, no sorteio que acontece na sede da Conmebol, no Paraguai, conhecerá seus futuros adversários pela competição. Ou seja, mesmo que ainda esteja ressentido com a eliminação, o clube terá de voltar a conviver com os dirigentes da entidade.
— Não tenho nenhum receio de fazer críticas abertas à Conmebol. Não devemos nada a eles — declarou, para logo em seguida emendar. — A Conmebol vai fazer uma festa para marcar o campeonato do ano que vem sem saber o campeão deste ano. Esse novo sorteio não terá nenhum glamour. O Grêmio estará presente no sorteio através do André Zanotta (executivo), Duda Kroeff (vice de futebol). Eu não vou, porque tenho coisas mais importantes para fazer, como preparar o time para o ano que vem, para ganhar no campo — cutucou Romildo.
As críticas do presidente gremista não se limitaram à Conmebol. Em seu discurso, sobrou também para a CBF e para a falta de organização dos clubes brasileiros classificados à Libertadores – que até se reuniram na última semana.
— Fui representado pelo presidente do Inter e foi discutida uma situação de repartição de cotas. Quer a minha opinião? É mais uma causa perdida. Pela experiência que tivemos contra o Lanús no ano passado, eu vi que os clubes brasileiros precisam estar muito mais atentos, deveriam se unir mais para passar por esses momentos que a gente vivencia na Conmebol. A CBF também deveria ser muito mais impositiva nesse aspecto — concluiu.