O próprio Renato Portaluppi garantiu que a definição pela sua permanência (ou não) no Grêmio não seria decidida do dia para a noite. Entretanto, não seria uma novela mexicana. Acontece que gremistas e flamenguistas aguardaram um mês cruzando os dedos para ouvir da boca do treinador a resposta oficial. Ela veio nesta quina-feira (29), mas do presidente gremista, Romildo Bolzan, que confirmou o acerto com o ídolo por mais uma temporada. Por isso, GaúchaZH fez um passo a passo, relembrando cada capítulo deste suspense.
Desejo antigo
O desejo do Flamengo não era recente. Ainda em abril deste ano, o clube apresentou uma oferta para que Renato trocasse Porto Alegre pelo Rio de Janeiro em meio à temporada. Imerso na disputa da final do Gauchão, o técnico deixou para responder após a conquista do título, em Pelotas, e resolveu permanecer no Tricolor.
Os cariocas, no entanto, retornaram com força a partir de setembro. Com a demissão de Maurício Barbieri, após a eliminação na Copa do Brasil, Dorival Júnior foi anunciado. Porém, o contrato se estende até 31 de dezembro, o que fez com que o Rubro-Negro voltasse a assediar o comandante gremista, pensando em 2019.
Acontece que, àquela altura, Renato estava envolvido na disputa da Libertadores e negava abrir qualquer tipo de negociação — seja com o Flamengo ou com o próprio Grêmio. Isso fez com que Abel Braga, desempregado desde que pediu demissão do Fluminense, entrasse na pauta rubro-negra. E, além do mais, tudo dependeria das eleições presidenciais no clube.
Novo assédio
Com a eliminação da Libertadores diante do River Plate (que se estendeu até mesmo aos tribunais da Conmebol), o Grêmio voltou seu foco ao treinador e, através do presidente Romildo Bolzan Júnior, entregou uma oferta para garantir a permanência do ídolo em solo gaúcho. Sempre que questionado sobre o assunto, Renato respondia que sua prioridade era garantir o time no G-4.
O duelo entre os dois clubes pelo Brasileirão, porém, reacendeu a discussão. Para a imprensa do Rio de Janeiro, foi um prato cheio.
— Tenho o sonho de treinar o Flamengo. Vai acontecer. Quando vai ser, eu não sei. Mas eu estou muito feliz no Grêmio — disse ele, logo após ver seus comandados serem derrotados no Maracanã.
Com a proximidade do pleito flamenguista, os dois candidatos (Ricardo Lomba, pela situação, e Rodolfo Landim, pela oposição) passaram a falar abertamente em debates acerca de Portaluppi. Entretanto, nenhum oficializou proposta alguma. Ainda assim, a mídia do Rio passou a noticiar algumas situações, como a apresentação de um contrato de três anos e a exigência de levar consigo parte da comissão técnica tricolor. Na Gávea, o anúncio dado como iminente chegou a causar mal estar entre os componentes da comissão técnica.
A boataria transformou-se em uma espécie de "guerra fria". Sem que nenhum dos lados oficializasse, de fato, sua contratação, ambos os clubes tinham certeza sobre ela. No Rio Grande do Sul, contudo, um pessimismo começou a transparecer entre algumas pessoas, que davam como certa a ida de Renato ao Rio. Dirigentes tricolores já argumentavam que não entrariam em leilão. Porém, nesta quinta-feira (29), pessoas próximas ao treinador, garantiram que ele confidenciou que dará a resposta ao mandatário gremista em reunião na Arena: vai continuar em Porto Alegre.
Na tarde desta quinta-feira (29), os dedos de torcedores gremistas e flamenguistas finalmente foram descruzados. Em entrevista coletiva, Romildo confirmou: Renato seguirá no Grêmio em 2019.
