Os amigos leitores são testemunhas que, várias vezes, escrevi que iria oportunamente falar sobre o episódio que levou o Grêmio a ingressar com uma reclamação junto ao Tribunal Disciplinar da Conmebol. Durante 30 anos, fiz parte de diretorias do Grêmio, mais da metade no departamento jurídico. Minha experiência me fazia desconfiar da decisão da entidade sul-americana. Não escrevi para não parecer que estaria chamando um mau resultado.
Sabem qual a diferença entre a CBF e a Conmebol? Absolutamente nenhuma. As duas estabelecem regras que somente são cumpridas se não atingem interesses escusos delas. São irmãs gêmeas. Por isso, os antigos dirigentes de ambas ou estão presos ou proibidos de viajarem, ou ainda cumprindo prisões domiciliares. Sobre os atuais, somente vamos saber daqui a alguns anos.
Poucas vezes vimos um descumprimento tão flagrante de regras pré-estabelecidas e que contavam com a anuência dos clubes que apuseram suas assinaturas. Para que? Ora, para serem descumpridas.
A mim, impressiona como as pessoas não têm a menor vergonha na cara, quando o objetivo é levar vantagem, mesmo que seja de forma ilegal. E de que adiantou o brilhante trabalho realizado pelos advogados gremistas? Dane-se a lei, o regulamento, a ética. Que vá para o inferno aquilo que foi firmado.
Falta caráter e seriedade
Vergonha na cara, caráter e seriedade não fazem parte da personalidade das pessoas que dirigem o futebol por aqui. E a Federação Gaúcha, que manifestação fez em favor de seu filiado? Bola para a frente, ganha quem eles quiserem.