O médico congolês Denis Mukwege foi agraciado nesta sexta-feira (05) com o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado no seu país e em toda a África.
Ginecologista, Mukwege atendeu mais de 30 mil vítimas de abuso sexual com ferimentos graves na República Democrática do Congo e por esse trabalho recebeu o Nobel, assim como a iraquiana Nadia Murad, que foi sequestrada e violentada pelo grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) e hoje luta contra o tráfico sexual de mulheres.
Nesta sexta, após o anúncio feito pelo Comitê do Nobel, o Grêmio parabenizou Denis Mukwege em suas redes sociais. A relação do clube gaúcho com o médico congolês vem de junho de 2010, quando ele desembarcou em Porto Alegre para participar de uma palestra organizada pelo Fronteiras do Pensamento, projeto que propõe análise da contemporaneidade e das perspectivas para o futuro, promovendo conferências internacionais e desenvolvendo conteúdos múltiplos com pensadores, artistas, cientistas e líderes em seus campos de atuação.
Ao chegar à capital gaúcha, Mukwege revelou ser um torcedor do Grêmio, basicamente pela amizade com o médico cirurgião gaúcho, Milton Paulo de Oliveira. Imediatamente, o conselheiro gremista, Verney Antônio Ferreira Martins, cliente do doutor Milton, solicitou ao então presidente gremista Duda Kroeff, uma camiseta para presentear o congolês que, desde então, pôde difundir seu amor pelo Grêmio em terras africanas.
Denis Mukwege, médico ginecologista, é fundador do Hospital de Panzi, onde se especializou no atendimento a mulheres vítimas de violência sexual. É o maior especialista do mundo em reparação interna de genitais femininos e, além disso, coordena programas de HIV/AIDS. Recebeu, em 2008, o Prêmio Olof Palme e o Prêmio Direitos Humanos das Nações Unidas pelo seu trabalho de proteção aos direitos e à dignidade de milhares de mulheres congolesas. Em 2009, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, vencido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em 2014, recebeu o Prêmio Sakharov, concedido pelo Parlamento Europeu, em reconhecimento por seu trabalho a favor das mulheres vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo.