Renato Portaluppi não teme que a frustração pelo empate em 1 a 1 com o Cruzeiro, ontem, se transfira para a decisão de terça-feira, dia 28, contra o Estudiantes-ARG, da qual sairá um classificado para as quartas de final da Libertadores. Para o técnico do Grêmio, o defeito mais grave de sua equipe na Arena, na noite fria de quarta-feira, foi errar passes em demasia e ceder espaços ao adversário no primeiro tempo. No segundo, segundo Renato, o Grêmio "amassou" e é isso que lhe fez encarar com confiança o jogo contra os argentinos.
— Terça-feira é outro jogo. Tem muito tempo até lá. Uma equipe ou outra se dará bem aqui. Mas a maioria não vai. (O Grêmio) bate, bate e uma bora a bola vai entrar— disse o treinador.
Em resposta, Mano Menezes, técnico do Cruzeiro , foi duro.
— Às vezes, quando a gente não consegue solucionar os problemas da gente dentro da casa começa a atirar na casa dos outros. Da última vez que Renato se referiu a um adversário, ele sabe o que ocorreu. Então, é bom cuidar da própria casa — comentou, possivelmente numa referência ao Inter, que, acusado por Renato de ter jogado o último Gre-Nal como time pequeno, cresceu no Brasileirão e hoje é vice-líder.
Ao comentar a cobrança de pênalti desperdiçada por Luan, Renato começou por fazer a defesa de seu atacante. Depois, disse que ele não será mais o escolhido nas próximas cobranças.
— Ele fez uma belíssima partida contra o Corinthians. Não é que tenha jogado mal. Infelizmente, errou o pênalti. Mas já vi craques errando em Copa do Mundo. Isso acontece — disse o técnico, para, na sequência, lembrar toda a contribuição já dada pelo jogador ao time. — Não vamos esquecer o que ele fez pelo Grêmio. Tem muito crédito comigo, com todos aqui dentro, com a torcida. Não vamos crucificá-lo. Até pouco tempo atrás, foi o melhor da América. Merecia estar na Copa do Mundo.
— O Grêmio é o grupo que mais treina pênaltis no Brasil. Vocês (jornalistas) não enxergam porque eu não deixo, os portões estão fechados. Não é por falta de treinamento. Isso não nos preocupa — garantiu Renato.
Ele queixou-se de não ter sido lembrada a decisão da Recopa Sul-Americana, contra o Independiente-ARG, em fevereiro, vencida pelo Grêmio em cobranças de tiros livres.
Para o vice de futebol Duda Kroeff, o bom desempenho do Inter no Brasileirão pode influenciar parte da torcida do Grêmio, que impacientou-se durante a partida e chegou a dirigir vaias ao seu time.
— Não aconteceu nenhuma tragédia. Apenas empatamos um jogo que poderíamos ter ganho. Vamos com tudo (contra o Estudiantes), com alto astral — prometeu.
Já os jogadores analisaram a partida em forma de lamento.
— Deixamos escapar a vitória. Temos que amargar este empate — disse, desanimado, o atacante Everton, autor do gol que evitou a derrota.
No mesmo tom, foi o volante Maicon, que procurou amenizar ao dizer que o campeonato, de longa duração, ainda possibilitará uma reação do Grêmio:
— Fica um gosto amargo, ruim, de derrota.
Celebrado como o responsável por impedir a derrota do Cruzeiro, ao defender a cobrança de Luan, Fábio queixou-se dos critérios de Tite na convocação de goleiros para a Seleção Brasileira.
— Eu tento esperar o máximo para dificultar o tempo de reação dos atacantes — disse o goleiro Fábio, questionado sobre sua fórmula para defender cobranças de pênaltis. Em uma semana, foi o quarto.