Vanderlei Luxemburgo está desempregado. O técnico que comandou o Grêmio entre os anos de 2012 e 2013 não assumiu nenhuma equipe desde que saiu do Sport, no ano passado. Por isso, atualmente o treinador se prepara para assumir um novo desafio e também para o novo projeto durante a Copa da Rússia: um canal no YouTube. Em entrevista ao Show dos Esportes, "Luxa" analisou o momento atual do Tricolor e fez muitos elogios a Renato Portaluppi.
— O Grêmio está vivendo um grande momento, né? É a equipe mais sólida e que joga o futebol mais equilibrado dentro do futebol brasileiro, com muita coerência e equilíbrio nos jogos. É um trabalho que começou lá atrás com o Paulo Odone, com a recuperação financeira. A construção da Arena, com ou sem discussão, hoje ela funciona e é a casa do Grêmio, como era o Olímpico. Isto deu status ao Grêmio. Fez com que o clube se mostrasse para o mercado e contratasse grandes profissionais. Depois o Fábio Koff chegou e fez outras coisas. Este presidente atual (Romildo Bolzan Jr.), muito predestinado e competente, acertou com o Renato em um momento difícil e a coisa deu liga — afirmou, antes de completar:
— O Renato acertou o time com uma grande tacada. Ele foi muito inteligente em colocar o Ramiro, que estava desacreditado, naquele lado direito. O Ramiro deu compactação e segurança e o time conseguiu se encontrar — analisou.
Além de Ramiro, outro volante gremista ganhou elogios do ex-técnico do Real Madrid. Luxemburgo destacou as qualidades de Arthur, que, segundo ele, está muito próximo do máximo de rendimento que um volante pode chegar.
— Eu gosto muito do Arthur. Acho que ele é um jogador com grande futuro e talento. Tem as qualidade necessárias para jogar no meio de campo: condicionamento físico, marcação, bom passe, lançamentos, desenvoltura carregando a bola, penetração na área, finalização de média distância, etc. Ele está muito próximo da exigência do futebol hoje, que é muito participativo, como é o Grêmio, tanto na marcação quanto na construção das jogadas — avaliou.
O comandante chegou a ter o nome ventilado nos bastidores do Inter para comandar o clube recentemente, mas disse que o último contato colorado foi em 2016, quando ainda estava no Flamengo. Luxemburgo nega ter restrições em assumir alguma equipe em meio à temporada.
— Não tem nenhuma diferença. O Renato assumiu o Grêmio no meio do caminho. Assim foi comigo no Real Madrid, no Grêmio, no Palmeiras, no Cruzeiro e o trabalho foi realizado. Sempre é bom começar no início da temporada, mas quando você conhece o time, não tem problema — disse.
De olho na Copa do Mundo, Luxemburgo revelou que lançará um canal no YouTube para analisar o Mundial, entrevistar grandes figuras do futebol e se aproximar do público. Falando em Copa, ele sugere que o contrato de Tite seja ampliado até 2022.
— A CBF deveria chamar o Tite para uma renovação de contrato antes de começar a Copa do Mundo. Estes jogadores de agora vão estar muito mais maduros na Copa do Catar. É o Tite que está fazendo um grande trabalho? Renova o contrato dele. Vai dar solidez ao trabalho, confiança, credibilidade, os jogadores vão saber que ele vai estar ali na frente. Qualquer situação, percalço ou que aconteça de não ganhar, não quer dizer que na próxima ele não vai estar. Pode estar sim. O Brasil pode ser campeão nesta Copa ou na próxima — recomendou.
Por último, um debate sobre terminologia do futebol atual. O técnico "bateu de frente" com quem fala em "modernidade" no esporte hoje em dia. De acordo com ele, tudo não passa de uma mudança de nomenclatura de coisas que já são feitas no Brasil há muito tempo.
— As pessoas estão confundindo as coisas de modernidade. No futebol, eu não vejo nada moderno. No Grêmio, vejo um comando forte, com jogadores de qualidade que se encaixaram e estão dando resultado com a sequência. O trabalho está fluindo. Isto já aconteceu com o Felipão, já aconteceu comigo e outros treinadores. Muita gente da imprensa dá ênfase ao 4-2-3-1, 4-1-4-1 e 4-5-não sei o que lá. O futebol não mudou. Estamos voltando às nossas raízes. Tá todo mundo jogando com três atacantes e as pessoas falam em 4-2-3-1. Os pontas que existiam antigamente são os atacantes. Os meias estão voltando porque os volantes não são mais os 'brucutus', mas com qualidade. Estamos voltando para a nossa essência. Nós não temos tanta qualidade como tínhamos antigamente. A modernidade que tanta gente fala, é só a nomenclatura. Eu acho isto um absurdo. É o único país do mundo que mudou aquilo que já existia — rebateu.