O sucesso da estratégia de Renato Portaluppi nesta quarta-feira em utilizar time titular contra o Goiás e abrir dois gols de vantagem no mata-mata das oitavas de final da Copa do Brasil deu fôlego ao Grêmio. Com calendário cheio, o treinador poderá poupar alguns jogadores já no sábado, contra o Botafogo, e na partida de volta com os goianos na Arena, que deve ocorrer em 9 de maio, antes do primeiro Gre-Nal do Brasileirão.
O treinador, no entanto, não explicou se, de fato, preservará toda a equipe no Rio de Janeiro. Ao levar todo o grupo, Renato aguardará pela avaliação médica e pela recuperação dos jogadores para definir o time que enfrentará o Botafogo.
Mas com a proximidade da partida decisiva com o Cerro Porteño-PAR, pela Libertadores, na próxima terça-feira, todos os titulares devem ser poupados. Tanto que cinco garotos do time de transição, Matheus Henrique, Pepê, Lucas Poletto, Kaio e Vico, se incorporam ao grupo que treina hoje à tarde e amanhã pela manhã na Gávea, no Rio de Janeiro.
— É bom trabalhar em um grande clube, que disputa três competições importantes, difíceis. Uma hora a gente vai ter que dar segurada e colocar outra equipe em campo. Independentemente de quem jogar, estará preparado — comentou Renato.
A ideia de encaminhar a classificação no primeiro jogo é algo recorrente nas últimas conquistas do Grêmio. Foi assim na Copa do Brasil em 2016, na Libertadores no ano passado e agora no Gauchão. Para Renato, a estreia contra o Goiás foi com pé direito.
— É uma partida de 180 minutos e conseguimos uma bela vantagem nos primeiros 90 na casa do adversário. Agora faltam mais 90, conseguimos 2 a 0 e temos que comemorar. Sempre é difícil aqui em Goiânia, era o jogo da vida deles e dificultaram para a gente. Criamos muito e, infelizmente, só fizemos dois gols — avaliou o técnico.
Durante a partida, uma situação curiosa chamou a atenção no gramado do Serra Dourada. Após o pênalti marcado a favor do Grêmio, Luan e Jael buscaram a bola para fazer a cobrança. Mas, por ordem de Renato, coube ao camisa 7 fazer o gol.
— São dois fominhas, eles têm tido aproveitamento muito bom. Quem está se sentindo bem, pode bater. Mas só tem uma bola. Teve uma conversa deles, tranquila, e aí eu mandei a ordem. Prefiro ter dois dispostos a bater pênalti e falta do que não ter ninguém. Tanto que quando deu o gol eles se abraçaram, no Grêmio, não tem este problema não — disse Renato.
— O Renato já tinha falado antes, na preleção (quem seria o batedor). Mas ali está todo mundo querendo ajudar, não tem nada de briga. Depois, fui lá abraçá-lo e a gente brincou. Todo mundo está querendo ajudar o Grêmio a vencer — comentou Luan.
O gol fez o meia chegar a 64 gols com a camisa tricolor, igualando-se a Iúra e Cuca como o 22º maior artilheiro da história do Grêmio. Agora, o camisa 7 está a 10 de alcançar Renato, que hoje é o 16º maior goleador do clube, ao lado de Loivo, com 74 gols.
— É que o Luan tem um grande professor. Eu não tive na minha época, por isso a vantagem é dele — sorriu Renato.
O meia devolveu os elogios ao chefe e não descartou atingir a marca ainda nesta temporada.
— É um excelente professor, tem nos ajudado muito. Quem sabe, né? Vamos pegar firme para fazer gols e ajudar o time. Temos esta brincadeira de títulos, conquistas e prêmios. Ele dando essa liberdade para a gente torna o ambiente mais leve, fica melhor para a gente trabalhar — completou Luan.