O vice jurídico do Grêmio, Nestor Hein, será um dos advogados responsáveis por defender os interesses do clube na audiência de terça-feira, em que o Juizado do Torcedor decidirá se aplicará uma nova suspensão para a torcida Geral.
O dirigente, em contato com GaúchaZH, falou sobre a estratégia de defesa para a denúncia feita pelo Ministério Público, que pede nova punição da organizada por ter utilizado materiais de identificação em jogos realizados pelo clube nos Emirados Árabes, na Argentina, e no Uruguai. Segundo a Promotoria do Torcedor, existem provas de que a Geral descumpriu a suspensão de 90 dias imposta pelo Juizado por ter utilizado sinalizadores na final da Libertadores contra o Lanús.
Como vocês receberam este pedido de nova suspensão da Geral por parte do Ministério Público?
Isto nos causou muita estranheza. Primeiro pelo inusitado do pedido de punição para uma organizada que, em nosso juízo, melhorou seu comportamento nos últimos anos. Tinha esta proibição, de fato. Mas entendemos que só valia para os jogos no Brasil.
No que vocês vão basear os argumentos de defesa na audiência de terça-feira?
Vou te dar um exemplo: sou um cidadão brasileiro e residente no Uruguai. Se eu estiver proibido de dirigir no Brasil, posso dirigir no Uruguai. Ou em Abu Dhabi ou na Argentina. Não há jurisdição para jogos do Grêmio fora do país. O pedido do Ministério Público é esdrúxulo, sem nenhum fundamento. Não acredito que o juiz embarque nessa canoa.
O principal ponto da sustentação de vocês será, realmente, a jurisdição?
O Ministério Público está querendo utilizar provas de um país em que que não há jurisdição. A decisão foi de suspender em qualquer jogo do Grêmio. Mas só onde eles têm jurisdição, isso não precisa estar explicitado. Até agora só existe o pedido esdrúxulo do promotor Márcio Bressani. Não há nenhuma fundamentação no pedido que ele realizou.