Em Ipanema, no clássico Posto 9, no Rio de Janeiro, Renato Gaúcho, um dos nomes mais falados no futebol brasileiro em 2017, único brasileiro a ser campeão da Libertadores como jogador e técnico pelo Grêmio, monopolizou as atenções nos últimos dias de 2017 e no começo de 2018. Em casa, em seu tradicional habitát, Renato era figura fácil em todos os dias, sempre no mesmo local. Pude acompanhar, com um grupo de amigos, em uma quadra de futevôlei próxima ao calçadão, o técnico do Grêmio jogando disputadas partidas contra adversários que se revezavam na tentativa de vencê-lo - ou tirar uma casquinha por alguns momentos de fama.
Competitividade e assédio
Assim como nas coletivas de imprensa e nas engraçadas manifestações na beira do gramado que caracterizam o astro, ali apareceram quase todos os lados do "personagem" Renato Portaluppi. Primeiro, o craque, que domina perfeitamente a arte do esporte. Nas quatro linhas, mostrou uma desenvoltura de guri, errando pouquíssimos lances - na maior parte deles, aliás, deixou o adversário sem ação, com cabeçadas certeiras para a quadra do adversário.
Depois, aparecia o cara extremamente competitivo, que não aceita perder nunca. Em determinado momento de um dos jogos, perdia a partida para a dupla adversária. Em voz alta, bradou:
— Vamos virar esse negócio.
Dito e feito. Em algumas bolas certeiras, virou o jogo. Nos confrontos, mostrou a típica malandragem que guarda intacta das épocas dos gramados. Em diversos momentos, não conseguia cobrir o seu lado da quadra. E para quem sobrava o xingamento? Para o parceiro de dupla, claro. Que não tinha muito o que fazer, a não ser aceitar a reprimenda e seguir em frente.
No meio de tudo isso, claro, a tietagem era imensa. Como Renato jogava a maior parte do tempo, não sobrava muito tempo para fãs que quisessem autógrafos. Mas, a cada pedido, ele dava toda atenção, e voltava para o jogo. Ou se sentava confortavelmente em uma cadeira, na sombra de um guarda-sol, na beira da quadra, e ficava lá, palpitando e gritando sem parar.
Era o Renato, Rei do Rio, em todos os seus aspectos.
