As especulações que dão conta do suposto interesse do Cruzeiro por Edilson, inauguram o tradicional (e chato) período de negociações e, principalmente, especulações que movimentam o futebol brasileiro. Na realidade, no restante do mercado nacional, isso já vinha acontecendo. Como o Grêmio foi o último time a entrar em férias no futebol brasileiro, as coisas por aqui começaram depois.
Se puxarmos pela memória rápida, empresários já levaram para as mesas de presidentes da Dupla Gre-Nal até grandes nomes do futebol mundial. E estão na deles, vai que cola? E, claro, o Grêmio, e qualquer outro time brasileiro, sempre tem interesse em grandes jogadores. Agora, se os clubes têm dinheiro para bancar tais craques, é outra questão. Em geral, não têm.
Seguidamente, a torcida reclama de tais especulações que movimentam o parado noticiário do futebol brasileiro nesta época. Mas não tem muito o que fazer. As notícias não são plantadas. Na maior parte das vezes, o empresário oferece o jogador ao clube, o clube se interessa, eles negociam a coisa avança, e sai alguma notícia na imprensa. Por qualquer desacerto, a coisa não vai adiante. É da vida. E não tivemos aí nenhuma notícia plantada, houve apenas algum desacerto no meio do caminho.
Além de chato para os leitores, esse período é complicado para a direção do clube, também. Vide o suposto caso de Edílson, que desperta o interesse do Cruzeiro. Segundo as notícias desta quarta-feira, a direção teria liberado o lateral para conversa com a direção cruzeirense. Se desejar levar o jogador, teria que pagar a multa, algo em torno de R$ 26 milhões, uma baita grana por um jogador como Edílson, convenhamos.
Afirmo que esse período é complicado porque, segundo as notícias, o Cruzeiro estaria oferecendo um salário bem superior ao que Edílson recebe por aqui. Na minha visão, se for verdade, o Grêmio não deve bancar aumento. Se pagarem a multa, levem. Caso bancasse, ia acontecer uma espécie de bola de neve, como sempre acontece no fim de cada ano, e ainda mais com times valorizados. Cada jogador ia bater na porta do presidente, alegando propostas de outros clubes, e pedindo (justos) aumentos. Cabe ao presidente Bolzan, de uma gestão austera, saber onde ele pode abrir o cofre, e onde ele deve fechar.
Porém, se o caro leitor notou, escrevi esta coluna apenas baseadas em suposições, que podem não se confirmar, mesmo não sendo notícias plantadas. É um (pequeno) retrato da dificuldade da época que falei lá no começo do texto...