O Grêmio contará com o reforço de vários torcedores na luta pelo Bi do Mundial nos Emirados Árabes Unidos. Torcedores residentes no país farão de tudo para acompanhar a equipe no campeonato mais importante do clube dos últimos 22 anos.
E tem até colorado que promete torcer pelo título da equipe de Renato. Conheça quatro histórias curiosas de quem está nas arquibancadas seja na semifinal, terça-feira, contra Pachuca ou Wydad Casablanca, e, talvez, dia 16, na disputa pelo título, possivelmente contra o Real Madrid de Cristiano Ronaldo e Zidane.
Silvio sonha com o bi, mas perderá a semifinal
O gaúcho Silvio Marconi Buss, 61 anos, radicado em Abu Dhabi há 5 anos, não perde uma partida do Grêmio pela televisão. Com acesso aos canais esportivos brasileiros nos Emirados Árabes, fica acordado de madrugada junto com sua esposa Isabela para assistir aos jogos, já que lá o fuso está seis horas à frente do Brasil.
Mas o piloto da empresa Etihad, por força do ofício, não estará no Estádio Hazza Bin Zayed, em Al Ain, dia 12, quando ocorrerá a disputa da semifinal. A escala o fará voar para longe, mais precisamente para Dallas, nos Estados Unidos.
— Sempre que posso, peço folga nos dias de jogos. Mas dou uma maneira de ver, não importa onde eu esteja. De Dallas, vou assistir pelo iPad. Mas para o jogo da final eu já tenho ingresso comprado — explica o piloto.
Vivendo fora do Brasil há 11 anos, Buss já foi cônsul do Grêmio em Cingapura antes de chegar aos Emirados. Nascido em Santo Ângelo, o piloto até organizou uma excursão de Abu Dhabi para Al Ain, mas não conseguirá aproveitá-la. Mas sua esposa, junto a algumas amigas e outros cônsules do clube, que virão de diversas partes da Ásia, utilizarão o coletivo que sairá do hotel Sheraton, em Abu Dhabi, rumo ao palco da disputa da semifinal do Mundial.
— É mais prático de ônibus do que ir de carro — conta.
O importante é passar do primeiro jogo, não podemos pagar mico. Se for para a final, estamos no lucro
SILVIO MARCONI BUSS
Apesar de morar nos Emirados, Silvio costuma vir duas vezes a Porto Alegre por ano nas férias. Até por isso, a última vez que viu um jogo do Grêmio foi em 11 de outubro, na derrota para o Cruzeiro na Arena, em jogo válido pelo Brasileirão. Agora, mal consegue conter a ansiedade para ver o clube do coração disputando um Mundial.
— Estou um pouco apreensivo depois que o Arthur se machucou. É o cara que faz o jogo fluir no meio-campo. Sem ele, será mais difícil. O importante é passar do primeiro jogo, não podemos pagar mico. Se for para a final, estamos no lucro — comenta.
Roberto tem ingresso comprado para os dois jogos
Nascido em Porto Alegre, o comandante Roberto Neves (de boné, na foto acima) sonha em ver o Bi Mundial do Grêmio ao vivo. Com 52 anos, Neves viu pela televisão a primeira conquista gremista em 1983, com gol de Renato na final sobre o Hamburgo, em Tóquio, no Japão. Agora, entende que, apesar do poderio do Real Madrid de Zidane e Cristiano Ronaldo, o time de Renato tem plenas condições de levantar a taça em Abu Dhabi.
Nada melhor do que o Grêmio vir até a gente, aqui no deserto, e levar o Bi para Porto Alegre
ROBERTO NEVES
— Nada melhor do que o Grêmio vir até a gente, aqui no deserto, e levar o bi para Porto Alegre — espera Roberto.
O piloto conta que os principais pontos de encontro de torcedores em Abu Dhabi são nos bares dos hotéis. A própria concentração do Grêmio tem um bar esportivo, com grandes telões, chamado Coopers. Lá, possivelmente, boa parte da torcida do Grêmio fará seu aquecimento caso o time avance para a grande final do Mundial.
Com ingresso comprado para os dois jogos, tanto a semifinal, em Al Ain, quanto a decisão, em Abu Dhabi, Roberto, que vive nos Emirados Árabes há três anos, destaca a chance que o Grêmio tem de desequilibrar ainda mais a gangorra Gre-Nal. Com um título de Libertadores a mais do que o rival, Neves agora deseja também a segunda conquista mundial.
— A expectativa de ver o Grêmio bicampeão mundial aqui é enorme. Ainda mais aqui na terra em que o Mazembe fez o crime no coirmão. A gangorra está pendendo para o nosso lado — sorri.
Jessica verá o Grêmio pela primeira vez nos Emirados
A comissária de bordo Jessica Scalcon, 33 anos, terá a chance de ver o Grêmio ao vivo, pela primeira vez, na semifinal do Mundial, em Al Ain.
Natural de Sapiranga, foi selecionada para trabalhar nos Emirados Árabes, com base em Abu Dhabi, voando para destinos em todo o mundo. Lá, com várias amigas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, tomou por hábito ver os jogos do clube pela televisão sempre que possível. No entanto, nunca viu a equipe de perto.
Para o jogo do dia 12 está tudo certo. Estou cheia de Expectativas, é como ver a Seleção
JESSICA SCALCON
Desde Dubai, onde se preparava para mais uma viagem, ela conta que nunca conseguiu se organizar para ver uma partida do clube quando estava em Porto Alegre.
Há quase nove anos morando em Abu Dhabi, Jessica tem ingresso comprado para o jogo do dia 12 e irá, de ônibus, com amigas, para Al Ain. Mas, se a equipe de Renato se classificar para a decisão, não tem certeza se estará presente nas arquibancadas do Zayed Sports City Stadium para a grande decisão.
— Para o jogo do dia 12 está tudo certo. Estou cheia de expectativas, é como ver a Seleção. Mas para o dia 16 ainda preciso esperar a minha escala — conta.
O colorado que torcerá para o Grêmio ser campeão
O mestre de jiu-jitsu Uirá Stahler, 38 anos, natural de Garopaba, em Santa Catarina, mas radicado gaúcho, reforçará a torcida do Grêmio nos dois jogos do clube no Mundial nos Emirados. Mas, um detalhe: Uirá é colorado e viu o Inter ser eliminado na semifinal contra o Mazembe em 2010.
Naquela época, ele conta, também viu gremistas no meio da torcida colorada. E disse que não presenciou nenhuma briga sequer. Afinal, nos Emirados a punição é rígida para quem não se comporta nos estádios.
Penso que os brasileiros precisam se unir fora do país. Para o primeiro jogo eu já estou com o ingresso
UIRÁ STAHLER
— Penso que os brasileiros precisam se unir fora do país. Para o primeiro jogo eu já estou com o ingresso. O segundo será ao lado da minha casa e, se o Grêmio passar, certamente eu vou ir — conta Stahler.
Outro mestre de jiu-jitsu colorado em Abu Dhabi também se planeja para estar no segundo jogo do Grêmio, caso o time avance para a final. Trata-se de Zumbi Machado da Silva, 36 anos. Mas, ele garante que irá ao Zayed Sports City Stadium para torcer pelo adversário.
— Moro em Abu Dhabi, não conseguirei ir para Al Ain. Por isso, pretendo ir no segundo jogo. Mas para secar, é claro — diz.