Nos últimos meses, me acostumei a falar bastante sobre meus temores a respeito do novo calendário sul-americano e o formato implementado na Libertadores a partir de 2017. No Brasil, muda-se muito de um mês para o outro. O melhor time de junho, pode estar em crise em julho, e vice-versa.
E o Grêmio sofreu com isso. Se chegamos ao final do primeiro semestre encantando o país e fazendo críticos acreditarem que era possível disputar o título nas três principais competições da temporada, perdemos força à medida em que os meses foram passando, as lesões foram mostrando a sua cara e jogadores importantes foram fazendo as malas e dando adeus.
Saímos das oitavas de final da Libertadores fortalecidos, como um dos favoritos ao título e, graças ao longo período entre a vitória sobre o Godoy Cruz e o jogo de ida contra o Botafogo, chegamos às quartas sob desconfiança. Sem Luan e Geromel, passamos na força, com um gol achado, no estilo mais peleado possível. A vitória magra contra o time de operários do Rio de Janeiro nos mandou para a fase seguinte com a imagem riscada.
Chegamos à Guayaquil em meio a atuações fracas, uma série de derrotas, um desempenho pífio no returno do Brasileirão e sob a desconfiança de todos – inclusive de nossa própria torcida. Mas, meus amigos, o tempo desta vez foi nosso aliado. Com o retorno dos lesionados, retomamos nosso futebol seguro, de toque de bola, e calamos o Equador. Mesmo com a derrota em casa, nos encaminhamos para a decisão com autoridade.
Nestas últimas semanas, minha maior preocupação com relação à final era novamente o tempo. E se alguém ficar fora? E se o time perder o encaixe? E se perder o ritmo? Esta preocupação morreu hoje à noite, com a vitória sobre o São Paulo. Não apenas pelo resultado, mas pela postura e desempenho da equipe. Ainda faltam sete dias, mas não temo em dizer: pode vir, Lanús, o Grêmio está preparado para ser campeão da Libertadores.