Essa é a pergunta que mais me fazem ultimamente. Desculpem-me: na verdade, essa é a segunda. A primeira é se tenho ingresso para a grande final desta quarta-feira, contra o Lanús, na Grande Buenos Aires, mas a resposta é negativa. Quando me abordam para imaginar como Paulo Sant'Ana estaria nesta semana de decisão, eu fico refletindo. Então: o que será que um dos mais fanáticos gremistas da história diria sobre tudo o que estamos vivendo?
Francisco Paulo Sant'Ana, uma lenda do jornalismo, ícone da torcida. Por imitá-lo diariamente no Sala de Redação as pessoas enxergam em mim uma espécie de seu representante. Jamais ousaria. Jamais serei capaz. Ele era um gênio. É gênio. Suas obras são perenes, portanto não serão esquecidas.
Nesta quarta, em meio a uma final da Libertadores da América, seguramente, se tudo desse certo, estaria fumando um cigarro atrás do outro, nervoso, reclamando de alguma coisa que ainda não concorda no time, mas feliz pelas escolhas certeiras do Renato.
Pediria desculpas e reconheceria o valor de Marcelo Grohe. Foram tantos milagres que fica impossível criticá-lo.
Ele certamente elogiaria a forma com que Geromel está se saindo como possível Capitão América.
Reclamaria da altura de Ramiro, mas daria o braço a torcer pela sua utilidade funcional no campo de jogo. Não teria adjetivos suficientes para elogiar a categoria de Arthur, muito menos de Luan. Depositaria em Lucas Barrios a responsabilidade de ser o novo Jardel, ele que gostava de um bom centroavante. Amaria Jael.
Beijaria Cícero, depois do gol da vitória na Arena que pode, quem sabe, ser o do tricampeonato. Cantaria uma canção dedicada aos jogadores, talvez. Amava cantar.
Implicaria com os colorados do Sala de Redação. Invadiria a programação da Rádio Gaúcha para gritar de felicidade que é tricampeão da América. Repetiria infinitamente que Renato é o maior de todos. Enfim... o que será que o Paulo Sant'Ana diria nestes dias de ansiedade que antecedem a mais uma final de Libertadores na vida do Grêmio?