Em um momento como esse, é difícil arranjar forças para escrever qualquer coisa que envolva futebol. Minha vontade é deitar em um quarto escuro, no silêncio, e fingir que a Terra parou de girar depois da vitória sobre o Godoy Cruz por 2 a 1, pelas oitavas de final da Libertadores, quando a vida ainda era colorida. Naquela partida, além da classificação, levamos o “fico” de Luanel, cobiçado pelo futebol europeu.
De lá para cá, o apocalipse: a lesão de Geromel, a melancólica eliminação na Copa do Brasil, a venda de Pedro Rocha e as dores de Luan. A quem possa interessar, acrescente aí o afastamento de Maicon e as saídas de Miller Bolaños, Gastón Fernández e Lincoln.
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O machado do calendário cortou o melhor time do Brasil ao meio e o transformou em uma caricatura tosca. As triangulações viraram cruzamentos perdidos. Os passes precisos transformaram-se em tentativas desesperadas de dribles destrambelhados. As chances, antes tão fartas para o time de melhor ataque no nacional, tornaram-se artigo raro e marcamos gol em apenas uma partida do returno.
O Grêmio atingiu o teto, e o caminho para quem chega lá é a descida. Sem Luan e Pedro Rocha, nos transformamos em arame liso. Apertamos muito, machucamos pouco.
É hora de lamber as feridas e preparar a cabeça e o coração para quarta-feira, dia de revolução no Estado e na Arena. Mesmo que trôpegos, precisamos caminhar para a semifinal da Libertadores e manter o sonho da América vivo.
Que Deus tenha piedade das nossas almas. Vou para o meu quarto escuro, falamos na quinta-feira.