Os gremistas precisam colocar sua lupa sobre outro argentino neste Libertadores. Até a noite desta quinta-feira, imaginava-se que o River Plate era o hermano que viria cruzar o caminho brasileiro numa possível final. O San Lorenzo é quem se apresenta com pinta de semifinalista. Saiu na frente no confronto doméstico com o Lanús, ao fazer 2 a 0, e parece com o caminho pavimentado para confirmar a vaga na casa do adversário.
Apesar de toda a pressão sofrida, da queda na Copa Argentina e dos recados cifrados no Twitter enviados por Marcelo Tinelli, espécie de Faustão da TV argentina e influente vice-presidente do clube, Diego Aguirre remontou bem o time nas férias de julho e agosto. Perdeu Ortigoza, o paraguaio rechonchudo que organizava o time. A função agora é do veterano Belluschi. Na frente, Blandí, remanescente do time campeão da América em 2014, é o capitão e o jogador que desequilibra.
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Não considero que o River esteja eliminado, mesmo depois do 3 a 0 para o Jorge Wilstermann, em Cochabamba. É preciso respeitar a força de um clube de tanta tradição. Mas me chamou a atenção na equipe a sua desorganização em campo, o que foge da característica quase obsessiva de Marcelo Gallardo de montar seus times taticamente. Mas Gallardo perdeu nomes importantes na janela e ainda encaixa as peças. O River ainda se ressente do goleador Alário e do meia Driussi. Pity Martinez é a nova referência ofensiva e Enzo Pérez, buscado no Valencia, ainda não virou o centro técnico do time.
Por tudo isso, creio que as atenções gremistas em Buenos Aires mudem de endereço. Saiam do Norte, de Núñez, e se concentrem ao Sul, no tradicional bairro Boedo, endereço do San Lorenzo e de Diego Aguirre.