Renato gastará os dias que antecedem a partida contra o Fluminense em busca do herdeiro de Pedro Rocha. Desde a venda do atacante ao Spartak, da Rússia, abriu-se uma lacuna no lado esquerdo do ataque que ajuda a explicar a queda de rendimento do time. Everton e Arroyo são os candidatos à vaga.
O Grêmio tornou-se órfão de Pedro Rocha dia 23 de agosto, data em que perdeu nos pênaltis para o Cruzeiro e foi eliminado da Copa do Brasil. A primeira tentativa de reposição foi com Fernandinho, na goleada de 5 a 0 contra o Sport, na Arena. O atacante teve atuação destacada, marcou dois gols e o problema parecia ter sido resolvido. Impressão desfeita nas derrotas contra o Vasco e Chapecoense, pelo Brasileirão. Não que Fernandinho tivesse jogado mal. Ocorre que, nestas duas partidas, ficou claro que seu rendimento cresceu quando passou para o lado direito. Na prática, portanto, o problema no lado esquerdo persistia.
Everton ganhou pontos nas partidas contra o Botafogo, pela Libertadores, e Bahia, pelo Brasileirão. Com ele, o ataque adquiriu maior agressividade e Fernandinho pôde, sem traumas, ocupar a faixa direita do gramado.
Os números também lhe são favoráveis. Everton esteve em campo em 22 jogos do Brasileirão, marcou seis gols e deu duas assistências. Já finalizou 35 vezes, sendo 20 delas no alvo. Tem 12 desarmes e é o segundo melhor driblador do time - 12 dribles certos em 16 tentativas. Se isso representa ou não uma vantagem na disputa com Arroyo, será preciso esperar pelo anúncio da escalação para saber.
— É uma boa questão. Eu escalaria Fernandinho pela esquerda. Apesar do bom chute, ele me parece um pouco deslocado pela direita, onde Everton renderia melhor. Sobre Arroyo, não tenho opinião, ainda não o vi jogar— avalia o ex-atacante Rodrigo Mendes.
No quesito números, a comparação entre Everton e Arroyo pode soar um tanto injusta com o equatoriano, que sofreu fratura no nariz logo na partida de estreia, contra o Santos, e apenas domingo, frente ao Vasco, iniciou como titular.
Victor Bonilla, repórter do site equatoriano studiofutbol, dá ao torcedor do Grêmio a certeza de que Arroyo não irá reeditar a trajetória inconstante de Miller Bolaños, que pediu para ir embora sob a alegação de falta de adaptação da família. Conforme o jornalista, a diferença é, também, de qualidade técnica.
— Arroyo é melhor do que Miller. Fez boa figura no América (do México). Também pode ser usado nas cobranças de falta. Os gols mais importantes de sua carreira foram de bola parada— destaca Bonilla.
Na teoria, a volta de Luan poderá consertar o time. Ramiro, que sofreu queda de produção ao passar para o meio, voltará para o lado direito e Fernandinho entrará na disputa com Everton e Arroyo pela vaga na extrema esquerda. De todo modo, será preciso muita insistência para que qualquer um dos três chegue ao nível de excelência de Pedro Rocha, que a torcida agora só pode assistir pela televisão.