O jogo contra o Sport, dia 2 de setembro, na Arena, chegara aos 38 minutos do segundo tempo quando Dionathã, 19 anos, que havia entrado na vaga de Ramiro, fez um rápido giro de corpo na frente da área após passe de Fernandinho e venceu o goleiro Magrão com um chute de pé direito. Duas notícias restaram daquela partida. Uma, boa, a goleada de 5 a 0. A outra, muito ruim: desde então, o Grêmio não voltou a marcar.
Depois daquele sábado, a equipe retornou a campo outras três vezes. Perdeu por 1 a 0 para o Vasco, empatou sem gols contra o Botafogo e sofreu novo revés de 1 a 0 para a Chapecoense.
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Pior: antes dos 5 a 0 contra o Sport, o ataque também havia passado em branco duas vezes contra Cruzeiro, em um jogo pela Primeira Liga e outro pela Copa do Brasil. Dos últimos nove jogos, o time só fez gols em dois.
O mais curioso é que a seca teve início quando a equipe se aproximava da marca dos 100 gols na temporada. A contagem, por enquanto, parou nos 98, uma lista que é encabeçada por Lucas Barrios, com 17 gols, seguido de Luan, com 14.
Como será impossível chegar às semifinais da Libertadores sem marcar contra o Botafogo, os torcedores se angustiam para descobrir o que tem saído errado.
— A saída de Pedro Rocha foi o principal problema. Pela sua movimentação em campo, pela tremenda confiança que apresentava nos chutes nos últimos jogos antes de sua venda, pelo alto nível nas tomadas de decisão— enumera o ex-centroavante Christian, que atuou no clube entre 2003 e 2004.
Além de citar a lesão de Luan e a queda de rendimento físico e técnico de Lucas Barrios como ingredientes adicionais para a falta de gols, Christian destaca que o Grêmio "paga a conta" depois de muitos meses de atuações em alto nível.
— O time vai cansando à medida que se aproxima o final do ano. Isso é normal— acredita.
Comentarista do canal Fox Sports e campeão pelo Grêmio da Copa do Brasil de 2001, Zinho detecta uma forte queda de produção da equipe. Também cita Luan e Pedro Rocha como justificativas para isso e acrescenta a falta que faz a liderança de Geromel.
— Não é toda hora que um técnico troca jogadores e o time vai manter o ritmo— aponta.
O mais preocupante, no entendimento de Zinho, é que o Botafogo vive uma situação oposta, embalado pela vitória contra o Santos. Ele elogia o técnico Jair Ventura por ter armado uma equipe competitiva, voltada para as jogadas de contra-ataque. Mas manifesta sua expectativa de que o Grêmio avance às semifinais da Libertadores.
— É hora de esquecer de tudo e focar naquele que é o jogo mais importante do ano— aconselha o analista.
Nove jogos, seis gols
Botafogo 1x0 Grêmio - Brasileirão
Grêmio 1x0 Cruzeiro - Copa do Brasil
Grêmio 0x0 Atlético-PR - Brasileirão
Cruzeiro 1x0 Grêmio - Copa do Brasil
Cruzeiro 2x0 Grêmio - Primeira Liga
Grêmio 5x0 Sport - Brasileirão
Vasco 1x0 Grêmio - Brasileirão
Botafogo 0x0 Grêmio - Brasileirão
Grêmio 0x1 Chapecoense - Brasileirão