Gremistada querida, irmãos de fé!
Venho aqui até este espaço pra dar um recado que, na verdade, é uma tentativa de cura coletiva da ferida ainda aberta, que precisa ser cicatrizada a ponto de nos reforçar para o ponto mais alto da temporada, que é a Libertadores. Repito: o ponto mais alto da temporada, o título mais importante de todos, é a sonhada Libertadores! O tri! Isso é de uma obviedade absoluta. E é disso que vou escrever: de obviedades talvez não vistas neste momento de pouca lucidez. Farei aqui algumas ponderações que espero serem lidas com atenção.
A elas:
1)Primeiro, tenho de fazer uma ressalva. Claro que todos esperávamos a classificação na Copa do Brasil e a disputa pelo hexa, que seria lindo demais. Sabíamos do potencial deste nosso time, que continua o mesmo. E é em razão dessa expectativa que todos nós, eu incluído, nos arrastávamos feito zumbis ontem no trabalho, nas escolas, em todos os ambientes onde estávamos os representantes desta massa de 8 milhões sob ressaca.
Leia mais
Grêmio desembarca em Porto Alegre, e Renato é assediado por torcedores
Cinco lições a serem tiradas do jogo no Mineirão
Empresário virá a Porto Alegre para definir situação de Bolaños no Grêmio
A projeção dos próximos jogos de Grêmio e Corinthians no Brasileirão
2)Mas... convenhamos: o Cruzeiro ganhou meritoriamente, marcando bem especialmente no segundo tempo. O Mano, especialmente falastrão (mas essa é outra história), venceu o jogo no intervalo, temos de reconhecer. Ele nos surpreendeu consertando seu time como quem repara o motor do carro em movimento, e nós simplesmente não conseguimos mais agredir o adversário como de costume. O carro do Mano disparou pela Freeway.
3)O juiz não interferiu decisivamente no resultado. Foi uma arbitragem como pouco se vê. Ressalvemos certa permissividade com o rodízio de porradas mau caráter que o Luan levou desde o início e o empurrão do Thiago Neves no Kannemann, que levaria ao segundo cartão amarelo e à expulsão. Sobre as porradas no Luan, perdão, mas jamais vou considerar lícito nem legítimo um time usar desse artifício pra intimidar o outro. Mas o resultado não passa por aí.
4)Era semifinal. O que quero dizer com isso? Óbvio, quero dizer que não perdemos na final! A figura de "morrer na praia" não é exatamente adequada ao episódio do qual estamos tratando. E, vejam bem, ainda haveria uma partida complicadíssima contra o bom Flamengo, de Diego e outros jogadores perigosos. Foi um resultado normal, em um jogo de futebol com decisão por pênaltis em que o emocional define o vendedor.
...
Enfim, tudo do jogo!
Nada de injustiça, apesar de todos acharmos que tínhamos time pra vencer.
Mas agora vamos ao principal motivo para curarmos de vez a ferida e utilizarmos a cicatriz como escudo.
Aqui:
5)Temos uma Libertadores pela frente, o torneio mais importante de todos, o grande título continental, com reais chances de termos o tri. Vejam bem: "reais chances" não é "já ganhou". É saber que temos condições plenas. E talvez essa seja a principal lição da Copa do Brasil. Precisamos entrar em campo sem qualquer resquício de certeza no resultado. Sei bem que o time estava focado, mas talvez não tivesse o mesmo sentimento aguerrido que nos ajudou muito a conquistar o Penta no ano passado, quando todo o clube entrou em campo como quem não bebe água há 15 anos e está diante de um copo geladinho. Belisque-se, irmão tricolor: estamos nas quartas da Libertadores e temos um belo time! Se ganhar, fará história como não faria caso conquistasse qualquer dos outros títulos. Libertadores é sempre transcendental. Foquemos nela! Vençamos! Tiremos da Copa do Brasil as lições que talvez nos levem ao maior dos títulos. Se isso ocorrer, juro que voltarei a este mesmo espaço e direi: a desclassificação na Copa do Brasil teve um lado muito bom. Me deem essa chance!
Adelante! Viva o Clube de Todos!