A aposta de risco de Renato no Engenhão escancarou que as prioridades do Grêmio neste ano, daqui para frente, serão Libertadores e Copa do Brasil.
O Brasileirão, em que a perseguição ao líder Corinthians está ainda mais complicada, fica temporariamente de lado. A distância, que hoje é de oito pontos, irá a 11 se o time paulista vencer sua partida adiada contra a Chapecoense em 23 de agosto – o encaminharia a taça ao time de Fábio Carille.
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Embora oficialmente o discurso seja o de "brigar pelo título enquanto tiver chances", na prática o campeonato tende a servir para preservar os titulares em meio às competições de mata-mata.
Com um mês repleto de decisões, a primeira delas na quarta-feira, com o Cruzeiro, no jogo de ida pela semifinal da Copa do Brasil, na Arena, Renato precisará de sua equipe com tanque cheio para buscar ao menos um dos títulos.
– A cada rodada fica mais difícil. O Corinthians vai tropeçar e o Grêmio também vai. Mas a gente usa uma equipe diferente do que na Libertadores e na Copa do Brasil. Eles vão ficar 13 dias sem jogar, estão com o foco no Brasileiro. Nós vamos brigar enquanto tivermos chance. Mas estamos mais próximos de ganhar na Libertadores e na Copa do Brasil. Por isso, no Brasileiro vamos disputar, basicamente, com a garotada – observou Renato.
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O discurso de foco nas competições de mata-mata foi reforçado pelo vice de futebol Odorico Roman.
– Em função da Copa do Brasil, os times jogam com reservas, desvalorizando o Brasileirão. Talvez seja necessária uma reformulação no calendário, diminuir estaduais, antecipar o início do Brasileiro para março ou abril. Não é algo eventual este acúmulo de jogos. Algo precisa ser feito para que as competições tenham mais qualidade – sugeriu Roman.
O atacante Fernandinho, contudo, ainda vê o Grêmio na briga pelo título do Brasileirão.
– Estamos muito vivos nas três competições. Essa derrota não vai tirar nossa confiança. O calendário é muito apertado, mas temos um grupo bom. Tivemos chances para matar o jogo, a gente queria encostar no Corinthians. O returno está só começando, ainda tem muita coisa para acontecer – disse.
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A utilização de um time reserva no Engenhão talvez tenha desestabilizado o Grêmio no início. O próprio Renato admitiu que sua equipe "estava em outro planeta" nos primeiros 20 minutos.
O que custou caro, já que o Botafogo abriu o placar aos seis minutos, em lance de clara desatenção. O empate poderia ter vindo na cobrança de pênalti desperdiçada por Marcelo Oliveira. O treinador, inclusive, justificou a escolha do cobrador.
– Ele bate bem, estava confiante. Se não estivesse, iria o Fernandinho. Infelizmente, errou em uma grande defesa do goleiro. A gente não está aproveitando as cobranças, mas é um jogador que já fez boas cobranças – justificou o treinador.
"Quero ser campeão. Nasci para vencer, sou vencedor. Quero ganhar todos os jogos. Lógico que é excelente ser vice, mas vamos brigar até o final. É cada vez mais difícil, mas temos chances. O caminho mais curto para os títulos está na Libertadores e na Copa do Brasil, por isso estamos mais ligados. No Brasileiro, matematicamente temos chances e vamos seguir lutando".
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio
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