Não sou ingênuo, nem quero que Luan siga aqui contra a sua vontade. Longe disso. Nosso expoente em 2017 sempre respeitou a camisa do Grêmio, teve grandes atuações, algumas históricas, como a contra o Cruzeiro, na Copa do Brasil, em 2016. Foi instável algumas vezes? Foi, claro. Mas jogar pedra é sempre mais fácil, não é? É justo para o clube que ele seja vendido por valores que reconheçam sua grandeza. E justo para o atleta, que terá destaque no exterior, com certeza.
Em 2017, nos brinda com excelentes atuações. Porém, não é apenas Luan o responsável pelo título de 2016 e pela grande sequência de 2017. Sozinho, ele não faz, e nunca fez, milagre. O segredo do sucesso é a construção de um grande grupo, mérito de Bolzan, de seus diretores e de Renato. E, claro, com um grande grupo, com boas reposições, Luan ganha confiança, se destaca e vira esse excelente jogador que vemos em campo.
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Por isso, é importante ressaltar: se Luan fosse o responsável direto pelo nosso sucesso, tipo Ronaldo Fenômeno, que ganhava jogos sozinho, teríamos levantado títulos em 2014 e 2015, não é? E não protagonizamos fiascos homéricos? Nem preciso relembrá-los aqui...
Luan é baita jogador, diferenciado. Mas tem o apoio de um grupo extremamente qualificado, que se dá ao luxo de dispensar Gata Fernández. Pergunto a você, torcedor gremista: quando você lembra de levarmos um time misto a campo, como no domingo, com jogadores como Marcelo Oliveira, Paulo Victor e Bruno Rodrigo? Eu, sinceramente, não lembro. Luan joga solto, tem companheiros de qualidade, em um time ajustado.
Imagino que nem lembremos do desfalque do Maestro Pifador. Aqui, é claro, vai uma brincadeira, ele faz falta sempre. O que quero ressaltar é que a qualidade do grupo do Grêmio é a melhor desde muitos anos. Me arrisco a dizer que é a melhor desde o baita time formado em 2001, sob o comando de Tite. Por esse motivo, a saída de Luan, agora, vai quebrar o grupo. Não dá para se iludir achando que Fernandinho vai assumir o lugar de Luan e destruir. Até pode, mas, agora, eu acho que não (comentar depois que o fato aconteceu é muito fácil).
Everton é um exemplo semelhante. É bom jogador, mas está inserido no contexto de um grande time, que está em grande fase, na qual, quem entra, dá conta do recado, com sobra. Coloque a pressão de resolver todos os jogos nas costas destes dois bons jogadores, e veremos o problema que o time se enfiará.
Então, apelo ao presidente Bolzan, se é que ainda temos alguma chance de apelo: negocie, tente que Luan fique até o fim do ano. Nem que, para isso, aceite a tal oferta menor, da Sampdoria. Ele é fundamental dentro do grupo. Não há reposição para ele atualmente.