As justas reclamações com a arbitragem não podem esconder a atuação fraca do Grêmio. A derrota para o Iquique teve o futebol cururu que nos colocou em quarto na primeira fase do Gauchão e nos eliminou nas semifinais do torneio. O time de Renato não convence em 2017.
A classificação segue bem viável, mas, para quem sonha com o título da Libertadores, será um erro concentrar a análise do jogo nas falhas do juiz, que resultaram nos gols do Iquique. É o que deseja Renato, cujo trabalho regride na casamata tricolor. O treinador busca um escudo para explicar problemas da sua equipe, que estava descansada e rendeu pouco de novo.
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O Grêmio foi operado, poderia ter vencido sem a influência do apito, mas é fato que o time foi mal. Não teve nervos e se perdeu. A direção precisa ver esse pinto. Em tese, o Imortal teria condições de bater o modesto Iquique e o árbitro.
Renato escalou mal. Deixou Arthur no banco para reunir Michel e Jailson, dois volantes mais fortes, porém de futebol reduzido. Íamos bem, fizemos o 1 a 0 com Barrios. Então, surgiu um pênalti caseiro e controverso. Quando o meio-campo precisou criar mais, faltou qualidade, como era de se esperar.
Levamos o segundo gol numa falta que não foi, porém havia tempo de sobra para empatar e até virar. Não tivemos força, inspiração e organização. Luan hibernou, viveu mais uma jornada mole, comprovando que seu melhor futebol ficou arquivado na temporada passada. Luan jogou o mesmo das partidas contra o Noia. Nada.
Arthur veio no segundo tempo, junto com Fernandinho. O atacante fez o de sempre: correu muito e produziu pouco. Não entendo a paixão de Renato pelo velocista, deixando de lado o jovem e promissor Everton. Nosso treinador precisa ser cobrado.
Confesso que fiquei mais frustrado com a bola furada do Grêmio do que com o apito falho. Confio na classificação na rodada final, mas temo pelo instabilidade azul. Estamos em maio e a equipe não se mostra segura.
De fora da final do Gauchão, agora haverá tempo para treinar até a estreia no Brasileirão. Hora de corrigir erros e reencontrar o bom futebol. Ou o time sobe de produção, ou será difícil defender o trabalho de Renato.
* ZH Esportes