Os campeonatos estaduais de 2017 colaram nas estatísticas nomes de técnicos emergentes que, embora com trabalhos reconhecidos como modernos, ainda não tinham conquistado títulos expressivos.
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Chama a atenção o fato de vários deles terem faturado taças no mesmo ano, como Roger Machado, do Atlético-MG, Fábio Carille, do Corinthians, Zé Ricardo, do Flamengo, e o nosso Beto Campos, do Novo Hamburgo.
Esta nova geração coloca em seus times a marca de uma concepção tática moderna de futebol, via compactação, posse de bola objetiva, amplitude, mobilidade ofensiva, meio multifuncional, triangulações, marcação adiantada e muito treinamento (sem o uso dos famosos coletivos). O novo grupo substitui os medalhões das casamatas dos estádios brasileiros, mudando, assim, atores e equipamentos, transformando o cenário de todo o futebol brasileiro.
Tite, talvez o único expoente brasileiro que atravessou a mudança se transformando, acompanhou a evolução que começou na Europa, colheu frutos da mescla da vivência com as novas e arejadas ideias e, com isso, recolocou a Seleção Brasileira no seu devido lugar, fazendo as estrelas – ofuscadas antes pela névoa do obscurantismo tático – brilhar e mostrar um futebol organizado e produtivo.
A boa notícia é que temos em Porto Alegre uma célula desta nova realidade do futebol brasileiro. A Escola de Futebol do Grêmio, referência em formação de atletas no mundo, também forma profissionais do futebol. Saíram daquela instituição, escolhida recentemente pelo governo chinês para ensinar o esporte em suas escolas, profissionais como Roger, atualmente no Galo, e o preparador físico Rogério Dias, o Rogerinho, além de quase 80% dos profissionais da base e do futebol profissional do Grêmio.
Embora a formação seja o objetivo principal da escola, o resultado competitivo é variável importante na avaliação do trabalho realizado com os atletas. Neste quesito, a aprovação do processo instalado a partir de 2010 – com a periodização tática – é muito favorável, haja vista o protagonismo absoluto das divisões menores da base gremista nos campeonatos no Rio Grande do Sul, no Brasil e no Exterior. Como demonstram as recentes conquistas dos Mundiais GoCup (Sub-11) e IberCup (Sub-13), em Goiânia e em Cascais, Portugal, respectivamente.