Obviamente, fiquei frustrado com a atuação do Grêmio, assim como meu parceiro de coluna aqui, o Guilherme Mazui. O time parecia meio acomodado, sem vibração, esperando acabar o jogo. Depois das mudanças promovidas por Renato, com a entrada de Arthur - que até agora não entendo como não saiu jogando - o time melhorou. Também concordo que Grohe demorou uma eternidade para pular na cobrança de falta do Iquique. É do jogo, ele é goleiro de Seleção Brasileira, nos salvou em dezenas de jogos nos últimos anos, incluindo partidas fundamentais, como contra o Cruzeiro, Atlético-MG e Atlético-PR, na Copa do Brasil.
Claro que estou insatisfeito com o desempenho. Mas, pergunto aos leitores, e aos colegas da imprensa: qual time conseguiria manter o mínimo desempenho com os desfalques de Bolaños, Maicon e Douglas? Para completar, os dois gols do time chileno, nesta quinta, foram irregulares. Para piorar, Pedro Rocha segue na sua sina de não jogar absolutamente nada, como em várias partidas de 2016. E Luan também segue sua sina de desaparecer em momentos decisivos, como no Chile, contra o Iquique. Para completar, o sempre regular Ramiro, que tem ótimas atuações, não estava em uma noite feliz, nesta quarta, além de ter sido prejudicado pela arbitragem
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Com todos esses problemas, como manter "o padrão de jogo vistoso", como tenho ouvido por aí, de 2016? Esse é outro Grêmio. E nem estou falando da saída de Walace, sem reposição,que era um dos responsáveis pelo tal padrão. É muito cômodo para alguns colegas da imprensa colocarem a culpa no trabalho de "curto de prazo" de Renato. Qual treinador faria melhor, com esses desfalques e esse grupo? O gênio Antonio Carlos Zago, do Inter? Os medalhões Luxemburgo e Felipão? Roger, que fez dois fiascos pelo Grêmio, em 2016, no Gauchão e na Libertadores?
E claro que acho que Renato erra, e errou de novo, ontem, ao escalar a dupla lamentável de volantes, Jailson e Michel. Mas o que Renato poderia fazer a mais? Entrar em campo e sacudir Luan? Ensinar Pedro Rocha a chutar em gol, ou a ser participativo em momentos decisivos?
Mais do que isso, é achar que ele é herói. E essa mesma imprensa, que cobra dos dirigentes trabalho de longo prazo, paciência, entendimento de situações adversas, problemas com desfalques, acaba tendo sua parcela de responsabilidade na pressão e na queda dos técnicos que não duram nas equipes. Ou não?