O Grêmio colocou sobre os ombros do árbitro argentino Germán Delfino a culpa da derrota para o Iquique, nesta quarta-feira, por 2 a 1, no deserto de Calama. Os erros que resultaram nos gols da equipe chilena, originados a partir de um pênalti inexistente e uma falta duvidosa, foram duramente criticados pelo técnico Renato após o jogo, no vestiário do Estádio Zorros del Desierto.
Desta vez, o problema, segundo o treinador, não foi o "nana, nenê" nem o "deu mole", mas sim o "homem de preto". A fraca produção ofensiva de seu time, com atuações abaixo da média de nomes como Luan e Pedro Rocha, não foi mencionada em momento algum.
Leia mais
Diori Vasconcelos: arbitragem ruim e azarada no Chile
Geromel evita reclamar, mas cita arbitragem na derrota do Grêmio
Se culpar só a arbitragem, o Grêmio não dobrará a esquina da Libertadores
– A minha equipe foi muito bem. Toda vez que não conseguimos um resultado positivo, está tudo errado. Estamos muito bem, por dois erros ficamos fora do Gauchão. Estávamos jogando em alto nível. Hoje (ontem), foi a primeira derrota na Libertadores pelo erro da arbitragem. Vou seguir com os mesmos treinamentos, o resultado tem sido bom dentro de campo. Mas contra o homem de preto, fica difícil ganhar – disse Renato, visivelmente contrariado.
O mesmo discurso foi adotado pelo capitão Geromel na saída de campo em Calama:
– Ele (o árbitro) condicionou a partida, mas não vou ficar reclamando.
O técnico Renato também lamentou a chance perdida de garantir vaga antecipada às oitavas de final da Libertadores. Mas a possibilidade ainda existe, caso o Guaraní-PAR não passe de um empate na noite de hoje contra o Zamora, na Venezuela. Como os paraguaios, com sete pontos, enfrentam o Iquique, que soma nove pontos, na última rodada, somente um dos dois poderia ultrapassar o Grêmio, que soma 10 pontos e lidera o Grupo 8.
– Perdemos para a arbitragem. Trabalhamos, jogamos bem. Aí o juiz inventa o pênalti e uma falta. Dois a um para os caras. Se eles não tivessem ajuda da arbitragem, sairíamos daqui classificados – reiterou o técnico.
O treinador também teve de justificar a escolha de Jailson para iniciar o jogo, deixando Arthur no banco de reservas. Segundo Renato, o garoto de 20 anos não foi utilizado pelo fato de que sua entrada exigiria uma mudança na forma de jogar de sua equipe.
– Coloquei o Jailson porque a gente sabia que nosso adversário gostava de atacar por dentro. Deu certo, estávamos bem e fizemos o gol. Na hora certa, o Arthur vai iniciar. Mas no momento em que jogarmos com ele, precisamos modificar nosso sistema. Não quero que ele atue como volante, quero ele mais à frente. Para entrar o Arthur, precisa sair um cara de lado – explicou Renato.
Com 11 dias livres para treinos até a estreia no Brasileirão, contra o Botafogo, em 14 de maio, na Arena, o técnico terá tempo para adaptar Arthur ao modelo de jogo de sua equipe. Também será a chance para recuperar peças importantes.
É o caso do lateral-direito Edílson e o volante Maicon, que tratam de lesões musculares, e devem estar à disposição para o jogo com os cariocas. Quanto ao meia Miller Bolaños, é provável que, pelo prazo de recuperação de três semanas de sua lesão sofrida no jogo contra o Guaraní, semana passada, o retorno só ocorra contra o Zamora, em 25 de maio.
ZHESPORTES
Na bronca
Grêmio responsabiliza o "homem de preto" por derrota para o Iquique
Árbitro Germán Delfino foi alvo de duras críticas por lances polêmicos
Adriano de Carvalho
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project