Único gaúcho na Série A do Brasileirão, o Grêmio entra no campeonato com o torcedor cabreiro. Sobram interrogações e faltam respostas. No papel, temos elenco para brigar por vaga direta na Libertadores. No campo, o desempenho até o momento indica um perigoso espaço no meio da tabela.
Vejo Palmeiras, Atlético-MG e Flamengo como os favoritos ao título, em função das equipes e do futebol apresentado. O Palmeiras foi irregular na Libertadores e Paulistão, mas o regresso de Cuca e o elenco farto colocam o atual campeão na disputa.
O Grêmio fica em uma banda intermediária no início de Brasileirão. Em maio, não sabemos o real potencial do time, líder de um grupo fraco na Libertadores e eliminado nas semifinais do Gauchão. O Imortal está no mesmo nível de Fluminense, Corinthians, Santos, Cruzeiro e Botafogo? Não sei. Está taco a taco com o São Paulo de Rogério Ceni ou o Atlético-PR? Difícil de dizer.
As oscilações do Grêmio dificultam previsões. Não se deve pregar a terra arrasada, até porque é corriqueiro ir mal no Estadual e crescer no Brasileirão, mas a radiografia atual não agrada. Tivemos raras partidas boas em 2017, mesmo diante de adversários fracos. O confronto mais duro foi diante do Internacional, no empate do "soninho".
Pegaremos rivais mais fortes em sequência e o time dá sinais de desajuste. O toque de bola tricolor perdeu qualidade, a defesa voltou a furar pelo alto, Maicon virou hóspede do departamento médico, Luan hibernou a partir da semi do Estadual, Pedro Rocha tem média de gols deprimente e Bolaños voltou a se lesionar.
O time penta da Copa do Brasil ficou como grata lembrança. A boa notícia da temporada, Arthur, enfrenta dificuldade para entrar no time titular. O guri bom de bola fica no banco, enquanto joga dupla de volante de maior imposição física do que técnica. A escolha foi fatal contra o fraco Iquique.
Renato ainda não deu sinais de preocupação, pelo contrário, abusou das frases de efeito para defender seu trabalho. Agora, teve uma semana e meia para preparar o time para a estreia na Arena. Trata-se de jogo complicado contra o Botafogo. O torcedor aguarda ansioso por melhoras.
O Grêmio precisa ter a consciência de que será um Brasileirão duro, com poucas equipes na condição de saco de pancadas. Dos 11 grandes no campeonato, o Vasco parece ter o desafio mais encrespado.
O Coxa, que brigou para não cair nas últimas temporadas, dá sinais de que virá em melhores condições. Trôpego na edição de 2016, o Cruzeiro cresceu com Mano Menezes. A dupla Ba-Vi é forte em casa, assim como Ponte Preta, Chapecoense e Sport. Assim, se o Grêmio repetir o início de ano e procurar respostas retóricas para problemas de desempenho no campo, terá sérias dificuldades no Brasileirão.
Entre o otimismo e o pessimismo, fico no muro. Não sei o que esperar do meu amado Grêmio.