Começo esta coluna dizendo que sei que pressões da imprensa, por si só, não derrubam técnico. Sei que, quando começam as especulações de queda de algum técnico, elas partem do clube, dos bastidores, o chamado fogo amigo. Mas, como a imprensa gaúcha, especialmente, vive momentos cíclicos de amor e ódio com treinadores e jogadores, resolvi fazer este pedido ao presidente. Não que eu ache Renato Gaúcho o melhor treinador do mundo. Acho esforçado, entende de grupo, arrumou alguns problemas do time em 2016 e o levou ao título.
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Ele falha? Óbvio que sim. Erra ao manter nomes como Marcelo Oliveira e Pedro Rocha no time. Embora eu ache que ele prepara o time para mudar de esquema, com a saída de Pedro Rocha e a entrada de Lucas Barrios. Além desses motivos, não vejo estatísticas que sustentem uma demissão de Renato. Então, falemos de números, como gostam os teóricos. Em sua curta estada no Grêmio, desde setembro de 2016, Renato levantou uma taça, chegou perto do G-5 do Brasileirão, mesmo estando com a mão na taça da Copa do Brasil, está em primeiro em seu grupo na Libertadores, com sete pontos conquistados em nove - sendo que jogamos dois dos três jogos fora de casa.
Obviamente, o fracasso contra o Novo Hamburgo, no Gauchão, deve ser muito considerado no lado negativo. As lições de dois empates com atuações do time devem ser estudadas, para futuros confrontos com times qualificados. Mas é o único fracasso, até o momento. E, convenhamos, não é novidade para a torcida gremista ser eliminada em qualquer fase do Gauchão. Afinal, não ganhamos o campeonato estadual desde 2010. De lá para cá, conseguimos perder de tudo que é jeito. Na final, na semifinal, para o Inter, para o Juventude, para o Novo Hamburgo. Então, nosso comandante não é o único responsável por isso. As dezenas de gols perdidos por Pedro Rocha são culpa dele? É claro que não. E os desfalques sem reposição de Walace e Douglas? Ele até achou um bom lugar para Ramiro, mas falta um volante com a qualidade de Walace, que tomava conta do setor. Quem veio para o lugar?
Renato tem que trabalhar para melhorar o time, repensar alguns conceitos? É claro que sim, todos temos, diariamente, em nossas atividades. Mas, até o momento, não vejo uma única razão para que nosso comandante peça para sair ou seja demitido. Temos fases importantes da Copa do Brasil pela frente, a sequência da Libertadores e todo o Brasileirão.
Por último, e não menos importante: quem o substituiria, neste momento? Alguma invenção do tipo Nestor Simionatto, Beto Campos, Luis Carlos Winck ou algo do gênero? Por favor, não, a torcida gremista já teve experiências traumatizantes por demais, em anos anteriores, com apostas furadas em nomes "emergentes" do Interior. Deixem o homem trabalhar.