O Grêmio ainda sente a ausência de Walace. O meio-campo troca passes com desenvoltura, mas perdeu imposição e poder de marcação. Os espaços deixados na vitória apertada sobre o Iquique e no empate com o Noia colocaram dúvidas sobre o equilíbrio da escalação tricolor.
O time pentacampeão da Copa do Brasil trazia Walace e Maicon, mais Ramiro cobrindo o lado direito, em excelente sintonia com o lateral Edílson. Assim, vencemos o Palmeiras na Arena e colocamos Cruzeiro e Atlético-MG no bolso em quatro partidas. O Grêmio bateu elencos fortes.
Com a venda de Walace para o Hamburgo, Renato testou Jaílson, Michel e Ramiro, que deu a melhor resposta. Então, a nova formação titular tem Maicon e Ramiro mais centralizados, com Léo Moura na direita. Funcionou bem para eliminar com folga o esforçado Veranópolis e para 45 minutos de gala contra o Iquique. Depois, deixou a desejar. O nível dos rivais subiu de leve e as dificuldades apareceram.
Como o recreio da temporada teve fim, Renato terá de refletir se estamos com o desenho ideal de meio-campo. É natural a dificuldade para substituir Walace, um volante alto, forte e técnico, que ajudava a proteger a defesa, mas que sabia jogar.
Talvez o problema só seja resolvido de fato com a possível contratação de Musto, mas até lá temos a fase quente do Gauchão, a fase de grupos da Libertadores, as oitavas da Copa do Brasil e o início do Brasileirão. São muitos jogos difíceis pela frente. Ou seja, Renato precisa equilibrar o time, mudando peças ou corrigindo posicionamentos.
Quinta-feira, com o Guaraní no Paraguai, teremos a peleia mais encardida do ano até aqui. Será um bom teste para afinar as opiniões e percepções sobre a escalação do meio-campo tricolor. Espero que o time se azeite, suprindo a carência de Walace de vez.