O Novo Hamburgo vai em vantagem para o segundo jogo da semifinal contra o Grêmio, dia 23, no Estádio do Vale. Neste domingo, na Arena, tirou proveito da falta de inspiração do time de Renato Portaluppi, segurou o empate em 1 a 1 e agora nem precisará fazer gols para chegar à decisão do Gauchão. Não foi uma injustiça, como pode imaginar quem não assistiu. A equipe de Beto Campos confirmou toda a qualidade exibida ao longo da competição.
Com maior posse de bola, o Grêmio, desta vez, não teve o mesmo volume ofensivo do jogo contra o Iquique. Não por culpa exclusivamente sua. O Novo Hamburgo confirmou as virtudes que o levaram à semifinal e foi um exemplo de qualidade defensiva. Com experiência, tirou a velocidade do jogo e bloqueou a criatividade gremista. Deve muito disso aos volantes Amaral e, de modo especial, ao combativo Jardel. Os dois foram os responsáveis por retirar o espaço de Luan e Bolaños e, com isso, reduzir muito o poderio ofensivo do Grêmio. Houve até excesso de virilidade, contida cedo pelo árbitro Diego Real, que aplicou amarelo em Amaral logo no início. Por isso, com suas investidas pela esquerda e, por vezes, pela direita, Pedro Rocha foi o melhor atacante do Grêmio.
Leia mais:
Renato admite queda de rendimento, mas confia: "Temos mais 90 minutos"
Do que o Grêmio precisa para avançar à final do Gauchão
João Paulo diz que houve pênalti não marcado para o NH: "Se fosse para o Grêmio, o árbitro daria"
Maicon e Ramiro perceberam as dificuldades de criação e tentaram organizar os ataques com lançamentos. Como aos nove minutos. Acionado com passe longo por Maicon, Pedro Rocha chutou para defesa de Matheus. As oportunidades eram fortuitas. Aos 13, Bolaños foi cruzar da esquerda e a bola parou nas mãos de Matheus. Pela direita, as combinações entre Edílson e Léo Moura também não geravam maior perigo. Aos 16, Luan recebeu de Bolaños, mas chutou sobre o corpo de Julio Santos e a bola perdeu força. Foi necessária uma falha defensiva para surgir a primeira chance concreta. Após passe errado de Jardel, Maicon lançou na esquerda e Bolaños, que chutou em diagonal, para fora.
Os minutos finais até registraram um pouco mais de audácia do Novo Hamburgo, que, até então, sobrevivera de chutões para a frente, para o isolado João Paulo.
Leia mais:
Torcedor Gremista ZH: Grêmio cria pouco, dá espaços e deixa a desejar na Arena
Wianey Carlet: preteou os zóio da gateada na Arena
Odorico comenta sequência de jogos do Grêmio: "Vamos continuar com nosso planejamento"
Restava entre os torcedores do Grêmio a expectativa de uma atitude mais forte do time para a segunda etapa. Mas foi o Novo Hamburgo quem assustou. João Paulo passou em velocidade por Edílson, aproximou-se de Grohe e chutou com perigo. A resposta, porém, foi rápida e eficaz. Marcelo Oliveira, com técnica, venceu a Léo e Branquinho e fez cruzamento para Ramiro completar com a sola do pé direito: 1 a 0.
O panorama, finalmente, parecia se abrir para o Grêmio na partida. Sem tensão, o time passou a trocar os habituais passes e aproximar-se da área. Só que veio a surpresa. A 11 minutos, Amaral bateu lateral, Marcelo Oliveira afastou na direção da intermediária e Juninho, com um chute potente e certeiro, venceu Grohe: 1 a 1
Leia mais:
Grohe fala sobre preparação para semana intensa: "Na base da conversa"
Wianey Carlet: dois lances diferentes, ambos favorecendo a dupla Gre-Nal
Um ano depois, Grêmio volta a viver maratona de jogos em semana decisiva no Gauchão
Renato decidiu arriscar. Trocou o desta vez improdutivo Léo Moura por Lucas Barrio para dar agressividade ao time. Mas foi Marcelo Oliveira quem quase desempatou, com um perigoso cabeceio, em cruzamento de Luan. Bolaños também teve sua chance, da intermediária, mas chutou fraco, nas mãos de Matheus.
Quem esperava a habitual imposição do Grêmio em casa surpreendeu-se com a desenvoltura do Novo Hamburgo. Lucas Santos, a arma secreta que Beto Campos havia reservado para o segundo tempo, fez passe preciso para João Paulo, que só não fez o gol pela presença salvadora de Maicon.
Luan, com iniciativa, tentava superar as dificuldades ofensivas do Grêmio. Como a entrada de Lucas Barrios não havia gerado a força esperada, Renato trocou Pedro Rocha por Everton. Mas a tarde não terminaria sem um grande susto. A 37 minutos, Juninho, servido por João Paulo, acertou a trave. Na volta, sem goleiro, Lucas Santos chutou por cima.
Mesmo inconformada, a torcida do Grêmio não teve motivo, desta vez, para reclamar do resultado.
GAUCHÃO – SEMIFINAL (IDA) – 16/4/2017
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edílson, Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Maicon e Ramiro; Léo Moura (Lucas Barrios, 19'/2º), Bolaños (Lincoln, 39'/2º) e Pedro Rocha (Everton, 31'/2º); Luan
Técnico: Renato Portaluppi
NOVO HAMBURGO: Matheus; Léo (Renan, 32'/2º), Julio Santos, Pablo e Assis; Amaral, Preto (Tiago Ott, 37'/2º), Jardel e Juninho; Branquinho (Lucas Santos, 9'/2º) e João Paulo
Técnico: Beto Campos
Gols: Ramiro (G), a dois minutos e Juninho (NH), a 11 do segundo tempo
Cartões amarelos: Amaral, Assis, Jardel, Lucas Santos, João Paulo, Léo, Pablo (NH), Léo Moura, Kannemann (G)
Arbitragem: Diego Real, auxiliado por Élio Nepomuceno e Leirson Martins.
Renda: R$ 645.873,00
Público: 17.905 (15.978 pagantes)
Local: Arena do Grêmio.
PRÓXIMO JOGO – LIBERTADORES
20/4/2017, 5ª FEIRA, 21H45MIN
GUARANÍ-PAR X GRÊMIO
*ZHESPORTES