Começo esse texto dizendo que entendo os questionamentos, e críticas, de parte de colegas da imprensa, sobre o desempenho ainda não "totalmente satisfatório" do Grêmio, em 2017. Porém, acho importante estabelecer alguns pontos para que a gente consiga fazer uma análise equilibrada do que está acontecendo com o desempenho do atual campeão da Copa do Brasil. E, desde já, aviso: o objetivo aqui não é encontrar desculpas para os empates do Grêmio no Gauchão.
Vamos aos fatos. Primeiro, o time comandado por Renato Gaúcho em 2017 não é o de 2016, absolutamente. Perdemos Walace, de alta qualidade, jogador de seleção, e a reposição ainda não veio à altura. É do jogo, não se balança uma árvore e cai um volante com aquela qualidade. Douglas, o grande cérebro do time sofreu uma lesão e volta, com otimismo, em agosto. Por si só, seriam duas perdas quase irreparáveis. Para a primeira, a direção tenta Damián Musto, mas que não viria imediatamente. Para o lugar de Douglas, Gaston Fernández, que julgo ser uma bela reposição.
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Depois desses dois desfalques, passamos a enfrentar outros dois, temporários. Marcelo Grohe e Geromel. Mesmo com a falha de Leo no jogo contra o Veranópolis, coisa que é da vida, até acho que estamos sentindo menos a falta de Grohe. Mas é óbvio que ele é uma liderança, faria falta em qualquer time do Brasil. E nem preciso aqui escrever sobre a falta que Geromel faz. mesmo reconhecendo que Thyere é um bom jogador.
Acredito que os dois parágrafos acima já seriam suficientes para justificar alguns resultados do Tricolor. Outro ponto importante: historicamente, alguns times de menor qualidade do Interior fazem uma final de Copa do Mundo contra a Dupla. Depois, infelizmente, matam-se entre eles. Outro ponto a se acrescentar é que temos três representantes de bom elenco entre os clubes do Interior: Caxias, Juventude e Brasil-Pel, o que elevou o nível do campeonato.
Depois de tudo isso posto, lembro que o principal objetivo do ano do Grêmio é a Libertadores. Jogamos um jogo, fora de casa, contra um time fraco. Como diz o Guerrinha, nosso colega de Redação, quando um time grande pega um "morto", tem que passar por cima. Ganhamos de 2x0, fora de casa. Bem ok, justo. Até o momento, o objetivo de 2017 foi cumprido. Um jogo de Libertadores, uma vitória.
Por fim, me incomoda a falta de coerência de parte da imprensa, em algumas abordagens. Ora, se o time está patrolando no Gauchão, sempre vem aquele corneta e diz: "Olha, o Gauchão é engana-bobo". No que não está errado, diga-se de passagem. Se usa o ruralito, como diria o ex-presidente Koff, para fazer experiências, para não queimar os jogadores principais, tem o tal "desempenho", questionado. Estamos no começo do ano, é um 2017 cheio de competições. Vamos com calma. Quero ver o Grêmio voando em maio, junho, julho, contra grandes adversários. Não contra o Veranópolis ou contra o Zamora.