Reforços caseiros, Miller Bolaños e Fernandinho engrossam neste começo de ano a lista de candidatos a uma vaga no ataque do Grêmio. O primeiro, adaptado ao Brasil quase um ano após sua contratação, leva a grife de jogador de seleção equatoriana.
Fernandinho, devolvido pelo Flamengo, tem anda 12 meses de contrato para provar sua utilidade.
Enquanto a direção se move em busca de atacantes - trouxe Jael e ainda luta por Beto da Silva -, Miller Bolaños abre a temporada como uma luxuosa alternativa entre os reservas.
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Com 27 jogos e sete gols em 2016, o equatoriano projeta uma temporada sem graves lesões para fazer valer o alto investimento do clube para tirá-lo do Emelec.
Quem tem absoluta confiança em sua capacidade é Gustavo Quinteros, técnico da seleção do Equador. Ainda que respeite a decisão de Renato Portaluppi de manter o atacante como alternativa para o segundo tempo dos jogos, ele é firme na aposta:
- Quando o treinador der a ele um lugar e confiança, será o melhor jogador do futebol brasileiro.
No contato com Zero Hora, Quintero repete a opinião emitida no ano passado. Entende que Bolaños atua em posição que não lhe favorece muito. Não o enxerga como um atacante pelo lado do campo. Prefere vê-lo como um armador que busque espaço pelos flancos.
- Ele deve jogar como meia-ponta. Nessa posição, é o melhor da América do Sul. Não é atacante de ponta - enfatiza Quinteros.
Para o técnico equatoriano, um fator poderá ser decisivo para o melhor desempenho de Bolaños.
Diferentemente de 2016, em que chegou com a temporada em andamento e vindo de parada por falta de acerto com o Emelec, o atacante abre a temporada em condições de igualdade com os demais jogadores.
- Além de não ter feito a pré-temporada, Miller ainda sofreu a lesão no rosto -diz.
Fernandinho retornou do Flamengo no final das férias. Pretendia permanecer no clube carioca, mas não houve acerto financeiro.
Tem contrato com o Grêmio até dezembro de 2017 e, como chegou com o apoio do técnico Renato Portaluppi, poderá ser alternativa para uma equipe com cinco competições oficiais.
- Seu começo no Flamengo não foi tão bom. Aos poucos, passou a ser boa opção no decorrer dos jogos. Fez ótimas entradas em partidas, talvez por pegar marcadores mais cansados, jogando aberto pela esquerda. Chegou a ganhar a posição, mas não sustentou. Quando Everton voltou de lesão, retornou ao banco - detalha Carlos Mansur, repórter do jornal O Globo, do Rio.
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Será preciso, contudo, reverter o fraco aproveitamento das passagens anteriores pelo Grêmio. Em 2015, Fernandinho fez apenas um gol em 22 partidas. Em 2016, antes de acertar-se com o Flamengo, jogou 10 vezes e marcou também apenas uma vez. No Flamengo, fez quatro gols em 32 partidas.
- Ele fez partidas muito boas conosco. Só deixou o time por uma questão de sistema de jogo. Não foi preterido. O que poderíamos pagar não alcançou o valor que era desejado por ele - explica o executivo Rodrigo Caetano.
Foram os gols marcados pelo Emelec que fizeram o Grêmio se interessar por Bolaños, lembra o coordenador técnico Valdir Espinosa.
Nada mais natural, portanto, que o atacante, sem o prejuízo das lesões, possa dar uma resposta melhor em 2017.
- Quando Renato chegou, Bolaños ainda estava em processo de recuperação de lesões. Agora, está readaptado e com confiança. Tem muita qualidade técnica -diz.
Em agosto, ainda no Rio, antes de vir para o Grêmio, Espinosa prestava atenção ao desempenho de Fernandinho pelo Flamengo. E constava que o rendimento do time crescia quando o atacante era chamado pelo técnico Zé Ricardo.
- Ele tem velocidade, sabe jogar pelo lado. Será muito útil, independentemente de ser titular ou não - acredita.