Me lembro quando abri o e-mail da Debora Pires, editora de Esportes, com uma sugestão de pauta na véspera da decisão da Copa do Brasil entre Grêmio e Atlético-MG na Arena. Era sobre um cara que estava em uma situação de saúde delicada, lutando contra um câncer, e que tinha como desejo ver o jogo do Tricolor com o filho.
Mas quando fui ao encontro de Edinho, com a produtora Isadora Neumann, percebi que a pauta era muito mais do que o drama de uma pessoa.
O Grêmio já tinha me avisado que conseguiria os ingressos para que ele fosse ao jogo. Meu trabalho era só perguntar a ele a razão de sua vontade de levar o filho a um jogo.
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Ao chegar à casa de Edinho, deparei com um homem de 36 anos muito debilitado, mas que estava em paz consigo mesmo. Mesmo com os piores prognósticos médicos, ele estava feliz por ter a chance de levar o filho a um jogo do Grêmio. Ele não se importava com o fato de o Grêmio ser penta da Copa do Brasil, ser Rei de Copas. Só queria deixar algo que gostava e julgava importante para o filho. Um sentimento simples e genuíno que todos temos por nosso clube do coração. Uma emoção que supera a glória das vitórias e a tristeza das derrotas.
Pedrinho é um bebê de um ano e meio e não deve lembrar do resultado na Arena quando crescer. Mas o gesto de seu pai, vai estar para sempre em seu coração.
Edinho lutou bravamente, mas não resistiu ao câncer e nos deixou no dia de Natal. Essa história nos mostra que o futebol não é apenas um jogo. É muito mais do que isso. É a relação de um pai com o filho na busca por uma conexão emocional por algumas horas em um estádio de futebol. Que o exemplo de Edinho se espalhe por aqui.