Bolaños está finalmente se sentindo em casa no Grêmio. Após 10 meses em Porto Alegre, o equatoriano começou a demonstrar os números que o fizeram ser comprado por mais de R$ 20 milhões e ser buscado de jatinho no Equador na madrugada de 7 de fevereiro. Bolaños chegou como a cereja do bolo para Roger Machado, o goleador que havia faltado em 2015. Uma cotovelada, três lesões, 28 jogos e 7 gols depois, o meia-atacante garante que fecha 2016 feliz no clube. Fez o gol na final da Copa do Brasil na Arena e ajudou a encerrar os 15 anos sem títulos de expressão.
Agora, o equatoriano pretende mais. Seu orgulho está ferido: quer mostrar seu valor. Desembarcou em Porto Alegre como um dos três melhores da América do Sul na tradicional eleição do jornal uruguaio El País, mas teve uma temporada abaixo da média. Na reta final, engrenou a recuperação da confiança. Nos últimos cinco jogos da temporada, marcou três gols. Em alta, adota um objetivo ambicioso: conquistar a Libertadores em 2017.
– Quero fazer uma boa pré-temporada com o Grêmio, para estar 100%. Sei que em 2017 será diferente. Vamos traçar esta meta da Libertadores. Esse é meu objetivo e de todos os companheiros. Vou tentar dar tudo de mim para conseguir isso. O Grêmio é campeão do mundo, merece ganhar títulos importantes – disse ele em entrevista à ZH na última sexta-feira, por telefone.
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Neste domingo, no jogo contra o Botafogo na última rodada do Brasileirão, na Arena, Bolaños esteve à vontade em campo: correu pelos dois lados da área, ajudou na marcação, tentou dribles e teve até um gol bem anulado, por impedimento, mas não conseguiu evitar a derrota por 1 a 0 da equipe reserva no fechamento da temporada.
Bolãnos atribui seu desempenho abaixo do esperado, em uma média deste ano, aos problemas físicos. Apesar da estreia promissora, com gol e boa atuação contra a LDU, pela Libertadores, a fratura na mandíbula sofrida no clássico Gre-Nal e os 45 dias parado prejudicaram sua evolução. Agravou ainda mais a falta de pré-temporada.
– Foi muito difícil para me recuperar até 100%, fiquei muito mal. Procurei ajuda da família. Eles me apoiaram em cada momento – lamentou, antes de revelar não ter falado com William sobre o lance:
– Nunca tive a oportunidade de falar com ele. São coisas do futebol, que acontecem. São momentos quentes, mas agora estou tranquilo. Estou 100% e posso trabalhar normalmente.
Na soma das quatro lesões, foram mais de 100 dias no departamento médico neste ano, numa rotina de turno duplo no CT. Morando no bairro Jardim Europa com a mulher, Mayumi, e os filhos, Michella e Miller Jr., Bolaños diz ter sido pego de surpresa com as notícias sobre seu descontentamento no clube. Por isso, segundo ele, houve a ausência na viagem ao Recife para enfrentar o Sport. Bolaños diz que pediu para ficar e conversar com o presidente Romildo, a fim de esclarecer sua situação:
– Havia muitos comentários de que não estava feliz no Grêmio. Pedi para não viajar com intuito de tratar desse assunto. Deixei claro que estava feliz no Grêmio, sim. Disse que queria muito a oportunidade de mostrar a razão de ter sido contratado – contou.
Na festa do gramado da Arena após o título da Copa do Brasil, Bolaños comemorou com os companheiros. Correu, abraçou e soltou o grito de campeão com os colegas ao lado da taça. Um final de ano bem mais feliz do que seus primeiros dias em Porto Alegre.
– Foi uma alegria muito grande. Lembrei de tudo pelo que passei em 2016. Foi especial. Sou tratado muito bem no Grêmio. Só quero ter a chance de trabalhar. Fazer uma boa pré-temporada e demonstrar o porquê de estar aqui. Mostrar o meu futebol de quando estou 100%.
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