Houve foguetório na pequena Novo Horizonte, cidade paulista com menos de 40 mil habitantes, quando o Grêmio marcou seu único gol na derrota para o Botafogo, domingo.
Era a justa comemoração pelo feito de de Matheus dos Santos Batista, ou apenas Batista, 21 anos, desde já candidato a filho mais ilustre da cidade.
Além da família, foram os irmãos Jorge Ismael e Roberto de Biasi, donos do Novorizontino, o clube em que o centroavante Batista deu os primeiros passos na carreira, os que mais festejaram o gol, marcado aos 35 minutos do segundo tempo.
Leia mais:
Leonardo Oliveira: o Grêmio ainda é um clube e um time em reconstrução
Os pecados do Grêmio: o que explica o Tricolor fora do G-4
Torcedor Gremista ZH: Grêmio segue um gatinho fora de casa
O avião da família, comprado com a fortuna construída a partir de investimentos em agropecuária e usinas de açúcar, já é preparado para trazer os dois a Porto Alegre em um dos próximos jogos do Brasileirão.
– Eles estão entusiasmados, querem ver Batista jogar aí na Arena – revela o ex-volante Luís Carlos Goiano, coordenador técnico do Novorizontino.
Foi Goiano, multicampeão na década de 1990, na histórica dupla com Dinho, quem indicou Batista para atuar na base do Grêmio em janeiro de 2015, logo após a Taça São Paulo.
Antes, o jogador havia tido passagem de um ano e meio pelo sub 20 do Corinthians. Por conta de uma lesão, não obteve sequência de jogo com o técnico Osmar Loss. E perdeu definitivamente o espaço quando o clube paulista decidiu apostar em Malcon, negociado com o Bordeaux-FRA depois da boa participação no último Brasileirão.
Os gols marcados em 2015 no Brasileiro sub 20 e Copa FGF fizeram a direção do Grêmio apressar a contratação do centroavante, em dezembro. No começo deste ano, o Grêmio pagou ao Novorizontino R$ 400 mil por 60% dos direitos.
Como permanecem com 40%, os irmãos de Biasi sabem que irão lucrar muito mais quando o garoto for vendido. Por isso o entusiasmo com a atuação de domingo, no acanhado Estádio Luso-Brasileiro.
– Ele tem o estilo do Zé Alcino. Não pela velocidade, mas pela força e definição. É um rompedor, infiltra muito bem. Tem faro de gol. É assim desde os 14 anos – conta Goiano.
Batista também representa uma variação no estilo de atacante produzido nos últimos anos pelo Grêmio. Diferentemente de Luan, Everton e Pedro Rocha, que buscam espaço pelos lados do campo, trata-se de um jogador de área. Quase uma raridade no futebol de hoje.
– Esse é um jogador de área mesmo. Tem um arranque muito forte, chuta e cabeceia bem. Acho que crescerá com Roger, que gosta de trabalhar com os atacantes – observa o auxiliar técnico Bugre, o primeiro profissional a trabalhar com Batista após a chegada ao Grêmio.
Colocado no lugar de Henrique Almeida, Batista esteve em campo por 31 minutos. Antes do gol, em que teve calma para driblar o goleiro em espaço reduzido antes de concluir, já havia apresentado suas credenciais em passe para Luan, que demorou a chutar.
– O principal dele é a frieza na frente do gol. É difícil achar um jogador jovem com a mesma facilidade de finalizar dentro da área – avalia o ex- centroavante Guilherme, que, em 2014, havia promovido Batista ao time profissional do Novorizontino.
O centroavante é alternativa para enfrentar o Coritiba, amanhã. Roger ainda não pode contar com Bolaños, que não chegará a tempo da seleção equatoriana, e nem Everton, lesionado. Com Pedro Rocha ainda debilitado por uma amigdalite e Henrique Almeida em baixa, não será surpresa se o guri de Novo Horizonte for chamado de novo.
Acompanhe o Grêmio no Gremista ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES