Seria mesmo um crime o Grêmio não sair vencedor diante do Figueirense, na manhã deste domingo, na Arena, para um público extraordinário, superior a
40 mil pessoas. E não pela festa do torcedor, mas em razão do futebol, que o coloca perto dos líderes e postulante a título.
O volume de jogo do Grêmio foi muito superior ao do adversário. Foram 13 conclusões levando perigo ao goleiro Thiago Rodrigues, contra apenas uma do Figueirense, justamente a do gol de Aírton. O Grêmio teve ainda 56,4% de posse de bola. Trocou o dobro de passes do que o Figueirense: algo em torno de 500 contra 250.
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Durante toda a partida, o Grêmio conseguiu propor o jogo com agressividade. E, quando perdia a bola, rapidamente se organizava para retomá-la. No próprio local do lance ou mais atrás, fazendo a jogada chegar quebrada no ataque do Figueira, facilitando a vida de Thyere e Fred.
Everton está numa fase ótima. Sua confiança é tanta que os companheiros o procuram para o mano-a-mano, sabendo que haverá vantagem ou arremate. Douglas puxou contra-ataques e ajudou na marcação alta, em mais uma boa atuação. Edilson e Marcelo Oliveira tiveram fluência pelos lados e os volantes, Jaílson e Walace, foram construtores, conforme o modelo de futebol do Grêmio de Roger.
O Figueirense tentou sair do brete no segundo tempo. Abriu Rafael Silva e Everton como ponteiros, deixando Rafael Moura centralizado. Foi uma tentativa de ao menos evitar a qualidade do jogo gremista pelos flancos, constrangendo os avanços dos laterais, mas nem isso adiantou. O Grêmio seguiu empilhando chances para ampliar o marcador, já que Walace abriu o placar no finzinho do primeiro tempo, em golaço de fora da área.
No segundo tempo, a 31 minutos, Airton empatou na primeira vez que o Figueirense entrou na área do Grêmio. Fred cortou para trás em lance pelo lado direito de defesa, e aí houve um cochilo. Ninguém do meio-campo acompanhou o volante catarinense, que apareceu livre do lado esquerdo da defesa gremista. Douglas era o que estava mais próximo, mas não o viu passando.
Nos 10 minutos seguintes, até os 40 minutos, o Grêmio acusou o golpe e quase o Figueirense vira o jogo. Teve mais três oportunidade, uma delas claríssima. Então brilhou a estrela de Roger. Bolaños já tinha entrado no lugar de Luan, que vai para a seleção olímpica. Aos 35, mexeu ao mesmo tempo duas vezes: tirou Douglas e colocou Bobô. Trocou Walace por Pedro Rocha, recuando Giuliano.
O gol salvador, a 47 minutos, sai com Pedro Rocha pelo lado e Bobô matando o jogo. A vitória foi justa, mas fica a lição: é preciso melhorar a relação chances criadas e gols. Nem sempre o gol sairá no finzinho após tantas oportunidades desperdiçadas.
* ZH Esportes