O Grêmio diz esperar para a metade da semana a posição final da OAS sobre a Arena. Ou a empresa aceita as bases atuais da negociação, que prevê o pagamento em 19 anos, ou o clube desiste e não descarta ir à Justiça em busca de uma solução. A OAS, por sua vez, garante em nota oficial não ser a responsável por retrocessos nas tratativas. Nenhuma das duas partes, por questões estratégicas, abre o jogo de forma completa sobre o que é tratado nas reuniões. E isso confunde o torcedor. Está claro, contudo, que o nível de tensão nunca foi tão elevado.
Não se sabe qual resposta será dada pela OAS na metade da semana. O fato é que, nos moldes atuais, não se trata de ume negócio satisfatório para o clube. Da forma como a negociação foi formatada, o Grêmio não consegue tirar todo o proveito econômico que poderia obter da Arena. E ainda precisa desembolsar muito dinheiro para usá-la, por força da migração de seus associados. A chamada sensação de pertencimento ainda não existe. O que Bolzan descarta de forma definitiva é a volta ao Olímpico. O futuro é no bairro Farrapos. Com briga na Justiça ou não.
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O envolvimento da OAS na Operação Lava-Jato, com a prisão de seus dirigentes mais representativos, contribuiu para que a negociação estagnasse. A construtora, que esperava lucrar muito mais com o negócio Arena, já havia decidido vender sua parte ao Grêmio antes mesmo de o juiz Sérgio Moro entrar em campo. Entendeu-se que, fragilizada, a empresa sentasse com menor cacife na mesa de negociações. Ocorre que o Grêmio também precisa se acertar com os bancos que financiaram a obra. E os bancos, sabemos, não costumam rasgar dinheiro.
Conselheiros de oposição lembram que a compra da Arena havia sido dada como certa em 2014, antes do último debate entre Romildo Bolzan Júnior e Homero Bellini Júnior na disputa pela presidência. Agora, cobram que a negociação siga em aberto passados quase dois anos. É impossível afirmar que o fator Arena decidiu a eleição. Certo é que a negociação, àquela altura, estava longe de ser concluída, embora estivesse alinhavada. O ex-presidente Fábio Koff soube usar de seu carisma para "vender" a informação de que o negócio estava fechado.