Eliminado da Libertadores sofrendo goleada do Rosario Central, o Grêmio deve fazer uma série de mudanças em seu departamento de futebol. A bola da vez é o executivo Rui Costa, há três anos no cargo, que tem sua saída pedida por vários conselheiros do clube.
O presidente Romildo Bolzan receberá pressão para trocar todo o comando do futebol, o que também ameaça a permanência do vice César Pacheco. Depois do jogo, Bolzan deixou a possibilidade em aberto. Mas ressaltou que a decisão não será tomada no calor da derrota na Argentina.
– Fazer qualquer discurso de terra arrasada é absolutamente imprudente. As avaliações serão feitas. Se tiver que tomar uma posição, se toma. Se tiver que continuar, continua. São situações que passam por um debate do Conselho de Administração – disse Bolzan.
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Há possibilidade de mudanças no departamento médico. A demora na vacinação do grupo após o primeiro caso de caxumba, de Luan, é tema de crítica por parte da direção. Principalmente pelo fato de a doença ter tirado o zagueiro Geromel de dois jogos da semifinal do Gauchão e da partida de ida contra o Rosario Central. A permanência do diretor médico Márcio Bolzoni será reavaliada.
No vestiário do Gigante de Arroyito, o clima era de tristeza. Mais que a derrota por 3 a 0, a postura apática do time decepcionou. O consenso, traduzido pelo técnico Roger Machado, é de que o gol marcado a quatro minutos por Marco Ruben abalou a confiança da equipe.
Abatido, o treinador tratou de oferecer palavras de consolo aos torcedores. Ao mesmo tempo, protegeu seu grupo das críticas. Ao ouvir que os jogadores haviam sido acusados, nas redes sociais, de não terem a alma do clube, o técnico contestou:
– Não concordo com essa afirmação. Um jogo se perde ou se ganha dentro de campo. Perdemos para um adversário que foi superior. Competimos, brigamos, mas o adversário foi melhor nos dois jogos.
Para Roger, é preciso identificar onde estão os problemas e buscar a solução. Ele admitiu que existe a necessidade da contratação de reforços, mas essas questões serão debatidas internamente.
– Uma eliminação dessas é pesada. Foi a nossa terceira no ano. Estamos no mês do Brasileiro e precisamos nos remobilizar. O ano não acabou – disse.
Por fim, tocou na questão que mais incomoda a torcida, a falta de títulos.
– (A Libertadores) É página virada. Temos condições de dar as conquistas sonhadas pelo torcedor. A ferida vai demorar a cicatrizar. O Grêmio não acabou com a eliminação de hoje – comentou.
Na saída de campo, Giuliano fez uma declaração típica de quem estava atordoado com o resultado. Perguntado sobre o desempenho da equipe, nem se deu conta de que a goleada começou a ser construída logo aos quatro minutos, no primeiro gol de Marco Ruben.
– Eles fizeram um gol quando o jogo estava equilibrado. Aí, nos desestabilizamos e não conseguimos jogar mais – afirmou.
A postura dos jogadores na saída do Gigante de Arroyito desagradou. Os líderes do grupo, principalmente o capitão Maicon, não deram explicações à imprensa.
Segundo a assessoria do Grêmio, um bloqueio do estádio teria impedido as entrevistas. O único que falou, a caminho do ônibus, foi Marcelo Hermes, que cometeu pênalti infantil em Cervi, originando o segundo gol.
– É continuar trabalhando, temos dois campeonatos no ano, o Brasileirão e a Copa do Brasil. É tentar conquistar os dois – disse Hermes.
Ex-atacante do Grêmio, o argentino Herrera explicou que o Rosario repetiu a estratégia da primeira partida. E alfinetou Romildo Bolzan.
– Declarações como as do Grêmio, de que faria cinco gols na gente, nos motivaram – afirmou.
O presidente respondeu:
– A declaração foi usada fora de contexto. Mas se serviu para motivar eles, o erro foi meu.
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Adriano de Carvalho
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