Falta ao Grêmio um diretor de obviedades. Assim mesmo, para tratar do óbvio no dia a dia do futebol. Foi por ignorar obviedades que o clube corre o risco de torturar o torcedor com um primeiro semestre aquém das expectativas.
Rui Costa e César Pacheco não poderiam assumir a função, pois pecam justamente no elementar. Basta analisar o planejamento furado do Grêmio, que tem a digital de Romildo Bolzan e do técnico Roger Machado. O treinador aprova e pede reforços, que no caso da defesa foram tristes.
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O causo da caxumba irrita qualquer torcedor. Em uma escola, quando um aluno tem caxumba, as mães correm em busca de vacinas, pois a doença é contagiosa. Um estudante de Medicina sabe disso. O Grêmio, um clube de esporte coletivo, vacinou o elenco depois de o surto se espalhar pelo vestiário. Um diretor de obviedades teria buscado vacinas antes.
A logística dos jogos com LDU, Toluca, Juventude e Rosario pecou. Experiente em Libertadores, o Grêmio cansou de fretar voos em momentos decisivos. A obviedade ficou de lado e ampliou o desgaste do time.
A maior obviedade ignorada pelo Grêmio foi na defesa. Ter apenas um zagueiro confiável é suicídio. Geromel teve caxumba, ficou de fora três jogos e ocorreu o óbvio com Fred e Bressan na zaga: quatro gols em três jogos. Beirou o amadorismo acreditar que a dupla teria sucesso, beirou o amadorismo não buscar outro defensor.
Bressan todos conhecem, seria um quebra-galho. Fred é um zagueiro cuja principal característica é cobrar faltas, um acessório, já que zagueiro precisa saber desarmar, antecipar, rebater, cabecear, sair jogando. Fred foi colocado no bolso por Roberson, sofreu para marcar o ataque do São Paulo de Rio Grande. Fred foi reforço, assim como Kadu. Um mês e um gol contra depois, descobriu-se que Kadu era insuficiente. E jamais se buscou um substituto.
A vinda de Wallace Oliveira denotou total desconhecimento do atleta contratado. Um rapaz que não marca, não ataca, não faz nada direito. A grife do Chelsea embaçou a visão de quem o contratou. A condição de Marcelo Oliveira como um dos caras do time, que entra na conta da paixonite de Roger por ele, é outro erro medonho de avaliação.
Reforçar o ataque e entregar a pior defesa da década é típico da gestão Rui Costa, um executivo remunerado que caminha para quatro anos na função, 13 campeonatos perdidos e 50 contratações. Em quatro anos, com ou sem dinheiro, jamais montou em elenco equilibrado.
Digo que Rui Costa, homem do clã de Fabio Koff que Romildo mantém como o grande CC azul, tem o melhor emprego do Brasil. Recebe salário de executivo de multinacional sem precisar entregar resultados. Assim, temos uma conclusão lógica: é elementar que o prazo de validade de Rui Costa expirou. Seria óbvio buscar um substituto.
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