Quando chega o momento da decisão no futebol, quando os meninos precisam ser homens, os jogadores guerreiros, o Grêmio sente a pressão. Falha. Não foi nada diferente no primeiro jogo das semifinais do Gauchão. Perdeu. Sofreu dois gols no segundo tempo em falhas incríveis da defesa. Não criou uma só chance de gol nos 90 minutos. Entregou-se ao vigoroso Juventude na Serra.
O golpe foi tão grande que até os torcedores gremistas (torcedores?), os vândalos de sempre, brigaram no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, no final da partida. Brigaram entre eles. Deveriam gritar mais pelo time. Ou ficar em casa, arrumar uma namorada, ligar a TV. Abrir um bom livro nem pensar, ouvir Prince nem no sonho. Brigar em estádio é ação de bandido.
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Roger Machado decidiu certo no vestiário. Misturou titulares e reservas, muitos ainda tocados pelo jogo da Libertadores na terça-feira passada. Não se pode culpar o treinador pela derrota. Os jogadores falharam. A defesa se enrolou sem Geromel em duas bolas paradas.
Primeiro Marcelo Grohe saiu errado, atrapalhado pelo instável Fred. Depois, os zagueiros falharam. Wallace Oliveira, Fred, Bressan e Marcelo Hermes formam a zaga gremista mais frágil dos últimos tempos. O erro de avaliação da comissão técnica e da direção é brutal. O mesmo quarteto, se escalado, colocará o time em risco na Copa Libertadores da América em poucos dias. Será um perigo no jogo de volta pelo Campeonato Estadual, no domingo que vem na Arena. O Grêmio precisará de três gols, sem levar nenhum, para alcançar os dois jogos finais.
Com a estratégia correta, mesclando jogadores, Roger errou depois nas substituições. Deixou Walace e Maicon no meio-campo, apesar da lentidão, dos passes tortos e da falta de criatividade. Preferiu trocar três atacantes. Chamar outros três. Nem Luan, um das estrelas tricolores, nem Miller Bolaños, que voltou depois de 40 dias em busca da melhor forma, conseguiram mudar algo, criar, se aproxima do gol do goleiro Elias. O bom e organizado Juventude se fechou, buscou o contra-ataque e quase fez o terceiro gol.
O Grêmio sabe que a prioridade é a Libertadores, o argentino Rosario Central na próxima semana, primeiro jogo na Capital. O Gauchão sempre fica em segundo plano em nome do torneio internacional. Não é errado. Mas perder outra decisão,mesmo regional, nas barbas da torcida na Arena afetará a confiança de todos outro torneio, maior e melhor.
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