Ramiro se reinventa em 2016. Na vitória contra o Ypiranga, domingo, voltou a mostrar que Roger Machado parece ter acertado na decisão de utilizá-lo na lateral. O volante tem gostado da experiência e concorda que pode ser vantajoso atuar em uma posição menos concorrida da equipe.
A atual temporada é também uma chance de recuperar o tempo perdido. Em 2015, Ramiro ficou sete meses sem jogar por uma ruptura no ligamento joelho esquerdo. Este ano, o pequeno gigante, apelido que recebeu de Roger Machado, precisou parar por lesão no tornozelo esquerdo.
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Bom marcador, trata, no momento, de aprimorar os cruzamentos. Inspira-se em Philipp Lahm, ex-capitão da seleção alemã e homem de confiança de Guardiola no Bayern de Munique, que se alterna com talento entre as funções de marcador no meio e pelo lado do campo.
Executadas as duas funções básicas de um lateral, terá resolvido um problema que a equipe enfrentava com Wallace Oliveira e Wesley. O novo Ramiro prepara-se, agora, para participar do desafio de Quito. Será sua primeira experiência na altitude, em jogo que poderá deixar encaminhada a vaga do Grêmio nas oitavas de final da Libertadores.
Veja a entrevista com o volante e lateral-direito do Grêmio:
Retorno ao time
Está sendo muito importante para mim. Principalmente, por estar voltando a jogar. Independentemente da posição, me recuperar e poder estar entre os 11 é fundamental. Me senti muito bem nestes dois jogos, agora é evoluir a cada jogo e a cada treino para continuar no time.
Lateral direita
É uma posição um pouco ingrata. É um cara que não aparece tanto no jogo, que não tem mídia e não faz muitos gols. É uma função que exige muito da parte física. E uma posição que não dá tanto dinheiro em negociações, talvez por isso não se forma tantos laterais.
Concorrência
A lateral direita é uma posição menos disputada que o meio-campo. Tanto em questões físicas, como também de briga pela titularidade, com menos concorrência. Então, vou procurar dar o meu melhor para o time. Tanto na lateral como no meio, é indiferente. Quero jogar sempre que possível.
Características
O equilíbrio é o principal. Um lateral não pode só saber atacar, como também não pode só saber defender. Também depende dos colegas de equipe, como o time é montado e da estratégia do treinador. Você precisa saber marcar e atacar. Não só com força, mas também com bons passes e assistências.
Cruzamentos
É um fator muito importante no jogo, procuro aperfeiçoar nos treinos para municiar o pessoal da frente e criar chances. Varia conforme a região em que você está no campo para direcionar a bola. O objetivo é sempre sincronizar o cruzamento com a movimentação que é feita pelos atacantes.
Lahm como exemplo
Eu gosto muito do futebol dele. Por tudo que ele representa para a Alemanha e para o Bayern, é um cara em que me espelho bastante. Não só como lateral, mas como exemplo de atleta a ser seguido. A versatilidade é importante, o técnico conta com isso para mudar a estratégia do time sem trocar as peças no campo.
Lesões
As lesões que eu tive foram todas de articulação. É muito difícil você prevenir. Quando acontece, não tem como dizer que poderia ter feito algo diferente. São fatalidades, que acontecem na minha vida por algum motivo. Sempre procuro extrair pontos positivos. E me reforçar muscularmente para que as próximas lesões tenham menos gravidade.
Titularidade
O Roger falou comigo no treinamento na Argentina. Durante a atividade, comentou que existia a possibilidade. Me perguntou se havia algum problema, que ele estava pensando em iniciar o jogo com o San Lorenzo comigo no lado. E me coloquei à disposição. Disse a ele que eu jogaria ali sem problemas.
Altitude de Quito
Nunca tive a experiência de jogar na altitude, ainda não senti isto na pele. Será meu primeiro jogo. Mas o que eu escuto o pessoal falar é que influencia bastante. É mais complicado de respirar, de se deslocar. Mas em Libertadores, não temos tempo para nos lamentar. Precisamos muito da vitória contra a LDU.
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