Depois da amplitude, da compactação, do bloco alto e do baixo, mais um termo da "língua" jocosamente batizada de "Rogerês" nas redes sociais foi protagonista da última entrevista coletiva do treinador gremista: a entrelinha.
Para quem tem alguma familiaridade com análises táticas, as palavras usadas pelo técnico gremista não são novidade. A "entrelinha" se explica a partir da noção de que cada setor do time forma uma linha. Quando as linhas não estão próximas, ou seja, quando há um buraco entre um setor e outro, o adversário o aproveita para trabalhar a bola com um pouco mais de liberdade.
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O espaço que se busca com mais frequência é entre a defesa e o meio-campo, até por ser mais comum de se abrir. Zagueiros costumam seguir o instinto de recuar e "guardar a casinha". Se, ao mesmo tempo, seus companheiros no meio-campo avançam, forma-se o buraco. Entre outras razões, é por isso que os treinadores falam tanto em compactação: deixar os setores próximos impede que o adversário tenha esse vão no campo para construir suas jogadas.
Com insistência, o Grêmio de Roger procura o espaço entre as linhas para atacar. Luan, como falso nove, recua para essa região do campo, às costas dos volantes rivais. Walace e Maicon, como o técnico gremista lembrou na entrevista, também buscam aproveitar projetando-se à frente.
Antigamente, o lado do campo era apontado como solução mágica para equipes que buscavam furar uma retranca. Eram os tempos do 4-4-2 em quadrado, quando os laterais viam-se muitas vezes abandonados, sem ajuda para marcar. Hoje, com a proliferação dos chamados "extremas", jogadores de flanco que contribuem defensivamente, a região próxima à linha lateral está congestionada. Ainda é importante para dar ao time o que Roger chama de "amplitude", mas na hora de finalizar as jogadas, de transformá-las em chances reais de gol, o espaço costuma se abrir mesmo às costas dos volantes e à frente dos zagueiros, na "entrelinha" que Roger citou após vencer o Brasil-Pel.
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