É com recursos de investidores que o Grêmio pretende manter no Olímpico o volante Souza e o meia Bertoglio. Jovens e com rendimento aprovado em campo, os dois jogadores são o que a direção considera um produto de retorno garantido para empresários dispostos a aplicar recursos no futebol.
Os dois também são selecionáveis. Antes de ser vendido ao Dínamo de Kiev, Bertoglio foi convocado para um amistoso por Diego Maradona. Também esteve perto de ser chamado para a Copa de 2010. Souza retornou ao Brasil apostando em uma convocação para os Jogos Olímpicos de Londres.
Em janeiro, quando tentou contratar Giuliano, do Dnipro, da Ucrânia, o Grêmio contou com o respaldo de investidores. Ofereceu 8 milhões de euros, mas a proposta foi rejeitada. Ficou a promessa de que o apoio seria dado outra vez caso surgisse um negócio tão atraente.
É o que ocorre neste momento. O argentino Bertoglio, 21 anos, cujo empréstimo se encerra em 30 de junho, custa 4 milhões de euros, ou R$ 9,5 milhões, parcelados. Para tê-lo em definitivo, o Grêmio precisará dar em julho ao Dínamo Kiev uma entrada de 2 milhões de euros. As parcelas restantes, cada uma de 1 milhão de euros, serão quitadas em dezembro de 2012 e julho de 2013.
Souza, 23 anos, custa mais caro. Em dezembro, o Grêmio só poderá mantê-lo se pagar 10 milhões de euros ao Porto, de Portugal. Por conta de um bom relacionamento com o clube português, iniciado em 2005, na venda do Anderson, hoje no Manchester United, a direção confia numa considerável redução desse valor.
A forma de negociação não se altera. Fechada a negociação, os direitos econômicos passam a ser propriedade dos investidores. O clube, além de contar com o jogador tendo que arcar somente com os salários, se credencia a receber entre 20 e 40% do valor de uma futura venda, a chamada "taxa de vitrine". Integrante do Conselho de Administração, o empresário Ricardo Vontobel é quem faz a ligação entre o clube e os investidores.