O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, justificou o veto da prefeitura à realização Gre-Nal 425 no Beira-Rio por respeito aos profissionais da saúde, empresários e trabalhadores prejudicados pelas restrições vigentes na cidade. Em pronunciamento ao vivo via rede social na tarde desta sexta-feira (17), o gestor afirmou que a Capital pode se encaminhar para um lockdown.
— É por isso que tivemos que dizer não à realização dos jogos do Campeonato Gaúcho em Porto Alegre. Qual cidade gaúcha ou brasileira não iria gostar de ter um Gre-Nal no seu território? Mas essa não é uma mensagem adequada ou respeitosa à situação que nós estamos impondo aos profissionais da saúde e a todos os trabalhadores e empresários da sua cidade — ponderou.
A decisão de não autorizar o clássico da volta do Gauchão, marcado para a próxima quarta-feira (22), ocorreu no fim da manhã desta sexta. Marchezan e o comitê de enfrentamento ao coronavírus analisaram não apenas o protocolo da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) para a realização de partidas, mas a situação de toda a cidade.
Entidades de saúde recomendam que as restrições de circulação de pessoas sejam aumentadas, e gestores de hospitais encontram dificuldades para disponibilizar leitos que correspondam à crescente demanda.
— Não há solução imediata e nem fácil. Se não tiver uma visão, na nossa cidade, de que nós precisamos de um isolamento drástico, e não é amanhã, é a partir de hoje, por vários dias, nós vamos ter que recorrer ao lockdown — alertou o prefeito da Capital.
Caxias do Sul foi a cidade escolhida pela FGF e disponibilizada pela prefeitura para receber o jogo. Inter, mandante, e Grêmio já estabeleceram os planos de viagem e concentração para a disputa da partida na Serra. As autoridades locais se mostraram favoráveis à realização do clássico.