Com a previsão de retorno do Gauchão para final de julho ou início de agosto, os clubes começam a planejar o futuro na temporada. A mudança do regulamento que tirou o rebaixamento dá relativa tranquilidade aos que lutavam para não cair, apesar da iminência de prejuízo financeiro para 2021 com relação às cotas de patrocínio. A possibilidade de reformular o grupo de jogadores para finalizar o campeonato — e, para quem tem vaga, dar sequência nas competições nacionais — também deve movimentar o mercado. GaúchaZH apresenta aqui um panorama dos times do Interior dois meses depois da paralisação do futebol.
O clube de São Leopoldo suspendeu o contrato dos jogadores por 60 dias, de acordo com a permissão da lei federal criada durante a pandemia. O grupo deverá ter redução de pelo menos 10 atletas, mas manteve a comissão técnica comandada por Hélio Vieira. A reapresentação será cerca de um mês antes do recomeço do Gauchão. Assim, a tendência é de que estejam de volta no final de junho.
Ainda sem data confirmada para retomar as atividades no Estádio Bento Freitas, o Brasil-Pel mantém o grupo sob contrato, até porque eram jogadores acertados para estarem na Série B, que começaria logo após o Gauchão. O técnico, agora, é Hemerson Maria, mas ele nem sequer pôde ir a Pelotas, já que foi contratado após a pausa do futebol, no começo do período de distanciamento.
O grupo foi liberado quando houve a pausa do Gauchão e aceitou uma redução de salário. Dois contratos, apenas, não foram renovados dos que se encerraram no final de abril — o zagueiro Venício e o centroavante João Paulo. O clube ainda não confirmou quando será a reapresentação dos jogadores, mas já sabe que, por ser finalista do Gauchão, tem pelo menos mais cinco jogos pela frente.
O Esportivo fez um acerto para parcelar em três cotas o último mês de contrato dos jogadores. Em razão desse acerto, não foi necessário para o clube dispensar os atletas. Demais funcionários também tiveram redução de jornada e de vencimentos. O grupo chegou a voltar ao trabalho, mas logo foi interrompido a pedido da FGF. As atividades recomeçarão quando houver a confirmação do reinício do campeonato.
O Juventude acertou com o grupo uma redução nos salários de jogadores e comissão técnica. O treinador, Pintado, não pôde iniciar seu trabalho, já que foi contratado após a pausa do Gauchão. Três atletas tiveram contratos encerrados e não houve renovação: o lateral-direito e meia John Lennon, o volante Ancheta e o meia Bruno Xavier. Não está definida a data de reapresentação.
O Novo Hamburgo fez o parcelamento do salário dos jogadores, para pagar em quatro vezes, após a paralisação do campeonato. Pelo menos 10 profissionais devem ser dispensados, e o grupo para a retomada do Gauchão será bem diferente daquele que jogou o campeonato até aqui. A previsão para o recomeço dos treinos é para o final de junho, dependendo da confirmação das datas do campeonato.
Quando o campeonato foi interrompido, o Pelotas dispensou todos os atletas. Apenas seis profissionais mantiveram contrato, porque visavam à disputa da Série D. O time será treinado por Ricardo Colbachini, que substitui a Luiz Carlos Winck. O novo técnico, porém, só vai ser efetivado quando houver o retorno às atividades, ainda sem data confirmada. Por enquanto, apenas prospecção de mercado.
O primeiro clube fora da dupla Gre-Nal a recomeçar a treinar em campo. O São José reiniciou as atividades no Passo D'Areia nesta segunda-feira. O protocolo é bastante semelhante ao de Inter e Grêmio, com pequenos grupos, exames médicos e exercícios individuais. O elenco não teve maiores perdas — apenas três jogadores encerraram contrato, mas outros podem chegar também para a disputa da Série C.
O São Luiz tinha 10 atletas com contrato até novembro, em razão da Série D. O número deve ser reduzido, porém, porque o atacante Elias recebeu proposta considerada irrecusável do América-RN. Todos esses aceitaram redução salarial. Dos 15 demais, cujos contratos terminaram em 30 de abril, a direção planeja repatriar ao menos cinco. O grupo será montado visando à competição nacional.
O Ypiranga vai voltar a trabalhar no Colosso da Lagoa na primeira semana de junho. O clube montou seu protocolo de segurança e recomeçará suas atividades de campo de acordo com as orientações dos órgão sanitários. Nenhum jogador foi dispensado, até porque o grupo deve ser o mesmo que representará Erechim na Série C do Brasileirão. Os dirigentes acertaram uma redução de 50% nos direitos de imagem dos atletas.