Aos 38 anos, Fabian Guedes, o Bolívar, vai para o seu terceiro time como técnico de futebol. Com carreira vitoriosa como jogador, o novo treinador do Novo Hamburgo está motivado para participar do primeiro Gauchão como comandante de vestiário e não vê a hora de enfrentar a dupla Gre-Nal. Ao GaúchaZH, o ídolo colorado falou do seu estilo como técnico, estágios que realizou, novos sonhos na carreira e que entrou "de coração" na profissão para resgatar tudo aquilo que viveu como atleta.
Qual teu sentimento após assinar o contrato com o Novo Hamburgo e poder atuar pela primeira vez como técnico no Rio Grande do Sul?
Estou muito feliz com o convite e a grande oportunidade que recebo. O Gauchão é uma competição importante e difícil, ainda mais representando um clube que foi campeão recentemente. O fato de ter jogado no Novo Hamburgo em 2015 me ajuda, porque conheço o clube e várias pessoas. Além de poder ser o técnico, tenho um carinho enorme pelo Novo Hamburgo.
O que a direção do Novo Hamburgo te pediu? E o que te motivou a aceitar o convite?
A convicção do clube foi buscar um profissional com grande liderança. Isso eu tenho, e também sou muito competitivo. Conheço muito bem o Gauchão. O Novo Hamburgo cresceu no cenário nacional após o título. Foi o clube que revelou Roger como treinador. E enfrentar a dupla Gre-Nal e a dupla Ca-Ju, por exemplo, dá muita visibilidade. Estar perto de casa e próximo dos amigos também ajuda bastante.
Como foi sua preparação para ser treinador?
Tenho a licença B de treinador de futebol da CBF. No fim do ano, vou fazer o curso para a licença A. Mas fiz dois anos de estágios que foram muito importantes para mim. Fiquei um mês acompanhando os trabalhos do Roger no Atlético-MG e do Mano Menezes no Cruzeiro. Também fiz estágio com Dorival Júnior no São Paulo e com o Vagner Mancini na Chapecoense. Aprendi métodos de trabalho muito interessantes. Essa prática foi importante para agregar aos meus 20 anos de experiência como jogador.
Qual seu estilo de treinador?
Os atletas te respeitam quando você é transparente, verdadeiro e coloca suas convicções em prática. Gosto de formar equipes com marcação forte, mas que tenham qualidade na hora de ficar com a bola. Procuro ter atletas versáteis, porque o futebol atual pede essa característica. Quanto ao esquema, depende do que você tem na mão. Eu monto o time de acordo com a característica do grupo que tenho.
E como você já está planejando o Novo Hamburgo?
Essa semana tem uma reunião para começarmos a definir nomes. Alguns atletas retornam de empréstimos e vão ficar. Também pretendo trazer atletas de confiança. Quero iniciar os trabalhos para o Gauchão no fim de novembro ou início de dezembro.
Está ansioso para enfrentar Inter e Grêmio? Já te imaginou entrando no Beira-Rio e na Arena como treinador?
Estou preparado para todos os tipos de situação. O que importa é que estou feliz e espero fazer um grande trabalho nestes enfrentamentos.
Queres que te chamem de técnico Fabian Guedes ou de Bolívar?
Fabian Guedes, só no documento. Bolívar já é uma coisa que ficou natural. As pessoas me chamam assim há bastante tempo (Bolívar é apelido desde criança, em homenagem ao pai, que jogou na dupla Gre-Nal e tinha este apelido)
E quais são os seus sonhos como treinador?
Tenho ambições muito grandes. Eu procuro sempre entrar de coração nos trabalhos que tenho feito até agora como treinador. Digo isso porque eu sei o quanto é difícil para o ex-jogador resgatar tudo aquilo que ele viveu. E agora vou resgatar como treinador. Coloco desafios na minha vida. Quero sim, um dia, poder treinar uma equipe de ponta do futebol brasileiro. E vou conseguir. Vou procurar fazer as coisas sempre corretamente, com transparência e muito trabalho.