A tradição paira sobre a Boca do Lobo. O título gaúcho de 1930 é o maior de sua história, mas o Esporte Clube Pelotas acumula taças do Interior e tem importantes conquistas recentes, como a Copa FGF de 2008, a Supercopa Gaúcha de 2013 e a Recopa Gaúcha de 2014.
A história áureo-cerúlea, perdoem-me os torcedores adversários, é muito mais expressiva e robusta do que a dos concorrentes nesta fase final da Divisão de Acesso. E é por isso que o Pelotas tem que subir.
O Gauchão precisa de clássicos, precisa de torcedores no estádio, precisa de peso de camisa. O peso que permitiu ao Lobo alcançar uma virada improvável e histórica diante do Esportivo nas quartas de final e manter vivas as suas chances.
Só o acesso do Pelotas pode oferecer tudo isso ao campeonato da Primeira Divisão do ano que vem. A perspectiva de Bra-Pel é um dos ingredientes necessários para o futebol gaúcho viver a aura de rivalidade pelo qual é marcado, e a força da zona sul do Estado na elite depende da ascensão do Pelotas depois de ver um de seus representantes, o São Paulo-RG, sucumbir em 2018.
E, além de tradição, só o Pelotas pode dar um real acréscimo técnico ao Gauchão.
Dono da melhor campanha da fase de grupos na Divisão de Acesso, o clube tem em seu histórico a busca pelo jogo bem jogado. O Gauchão é marcado pela raça, e isso não pode faltar, mas um futebol de alto nível não atrapalha ninguém.
Pediram-me para escrever motivos pelos quais o Pelotas deve subir. Ainda não encontrei um motivo pelo qual não deva.