O São Paulo-RG arrancou bem na primeira rodada do Gauchão, fazendo 1 a 0 sobre o Avenida. E por lá estacionou. Depois, perdeu três jogos e por isso encontra-se, neste momento, em 10º lugar — acima apenas de Grêmio e Novo Hamburgo.
Em Rio Grande, o sinal de alerta já foi ligado. Na derrota para o Caxias, no Aldo Dapuzzo, torcedores do clube protestaram pelos maus resultados. E, como sempre, sobrou para o treinador. No caso, Claiton, que passa a trabalhar sem a certeza de que seguirá no clube caso outras derrotas se sucedam.
ENTREVISTA
DOMINGOS ESCOVAR, PRESIDENTE DO SÃO PAULO-RG
Como está o clima em Rio Grande, após três jogos e apenas uma vitória no Gauchão?
Estamos trabalhando, mas o clima fora do nosso comando não podemos controlar. As redes sociais têm o lado bom e ruim, porque inventam coisas, demitem treinador e só não demitem o presidente porque não podem. Agora temos um jogo contra o Novo Hamburgo que é importantíssimo, como outros já foram. Os resultados não têm sido bons em casa. A pressão aqui é grande, temos uma torcida atuante. E isso é bom, mas às vezes a pressão atrapalha. No último jogo atrapalhou porque tinham 30 minutos para jogar e pressionaram. Mas não tem nada perdido, temos chance de recuperação.
É um divisor de águas essa partida contra o Novo Hamburgo?
Não sei se pode ser dito isso. Houve época que decidimos nossa permanência nos últimos três jogos. Ainda tem campeonato pela frente. Estamos na briga. Neste momento, ainda brigamos por classificação (entre os oito primeiros colocados).
O Claiton está garantido no comando do clube até o fim do campeonato?
Nunca posso dizer isso. Porque às vezes o treinador mesmo pode sentir que não tem mais ambiente e tomar essa atitude. Aqui, o regime é presidencialista. Reúno a diretoria, mas quem decide é o presidente. Não tenho ideia de demiti-lo, a menos que ele peça para sair.
Da parte do senhor, ele está garantido?
Ele é quem precisa se garantir.
Contratações, o clube ainda deve fazer alguma?
Estamos procurando o mesmo que o Grêmio procura. Um camisa 9. E um camisa 10, também. Tínhamos um 10 bom, o Paulista, mas foi para a Ucrânia e nos deixou meio "no pincel". Está difícil achar. Queremos um cascudo que não trate a bola como "senhora", queremos um que chame a bola de "tu". Que tenha intimidade. Precisamos de opções. Apareceram três, quatro casos de desconforto muscular. Expliquei que isso não existe. Desconforto é frescura.
O senhor quer dizer que há jogadores sentindo a pressão, é isso?
A impressão que se tem é essa. Eu tenho 40 anos de bola.
Como estão indo os jogadores com passagem pela dupla Gre-Nal e o Diguinho, já que são os jogadores mais badalados do grupo?
O Anderson Pico vinha bem. Mas todos nós conhecemos as facilidades e dificuldades dele. Está com o peso ideal agora, mas não é veloz, os adversários às vezes levam vantagem nisso. Ele tem essa dificuldade, mas com a bola no pé joga muito. O Diguinho voltou a jogar agora, estava parado havia muito tempo e produziu muito bem. Vai para o jogo de novo.
Esses mais badalados, com experiência na dupla Gre-Nal, não estão sentindo a pressão?
Não, são jogadores de Gauchão. Mas ser ou ter passado pela dupla Gre-Nal não quer dizer muito. Tem muita gente ruim na dupla Gre-Nal.