O Estádio Centenário receberá na noite dessa quarta-feira o jogo entre os líderes do Gauchão. De um lado, o Caxias de Luiz Carlos Winck, dono do melhor ataque do Estadual, com oito gols em dois jogos. Do outro, o Inter de Odair Hellmann, com a melhor defesa do campeonato, ainda invicta após a segunda rodada.
Aos 55 anos, Winck retornou ao Caxias para mais um Campeonato Gaúcho. Em 2017, poderia ter ido à final com o Novo Hamburgo. Vencia o Inter em casa por 1 a 0 e teve um pênalti a favor de seu time, defendido pelo jovem goleiro Keiller. A eliminação nas penalidades ainda toca o treinador. Nesta entrevista a GaúchaZH, Luiz Carlos Winck projeta o novo jogo contra o Inter, recorda o do ano passado, e projeta a campanha do Caxias em 2018.
Confira os principais trechos da entrevista:
O seu Caxias marcou oito gols em apenas dois jogos. Será o melhor ataque do Gauchão?Ninguém esperava esses dois placares (vitórias por 3 a 0 sobre o Novo Hamburgo e por 5 a 3 sobre o Grêmio). Fomos para esses jogos esperando resultados apertados. Ficamos surpresos com esses placares também. Tomara que a gente consiga manter o nível das atuações, mas com maiores cuidados defensivos a partir de agora.
Caxias e Inter será um ataque contra defesa?
Vamos procurar reeditar um grande jogo, como foi na semifinal do ano passado, quanto tivemos um Caxias que procurou jogar, atacar o tempo todo. O Inter tem qualidade para atacar, não vai esperar para jogar em contra-ataques. Vai ser um jogo de lá e cá. Gosto de times que atacam.
Contra o Grêmio, o Caxias manteve a calma e o bom futebol mesmo levando 3 a 1.
Nunca abdicamos de jogar, antes mesmo de marcar o segundo gol, tivemos duas chances. No intervalo, disse a eles que não poderíamos recuar porque o Grêmio queria isso. Precisávamos ir para cima. Foi o que ocorreu. O Grêmio pensou que no 3 a 1 o jogo ficaria fácil. Foi importante mostramos esse poder de reação.
O atacante Nicolas, de 24 anos, causou uma boa impressão contra o Grêmio. Ele está no Caxias há quanto tempo?
Nicolas veio há algum tempo para o Caxias. No ano passado, se lesionou e acabou ficando para trás na disputa com o Julio César e com o Reis. É um jogador muito participativo, que segura muito bem a bola na frente, é um menino espetacular. É um jogador de muita intensidade, mas que ainda precisa trabalhar melhor o acabamento final.
A eliminação para o Inter na semifinal de 2017 ainda te incomoda?
Aquele jogo nos gerou uma grande frustração. Tínhamos a ideia de jogar a final com o Novo Hamburgo, saímos na frente e tivemos um pênalti a nosso favor durante o jogo. Depois, com o 1 a 1 nos 90 minutos, ainda perdemos para o Inter nas penalidades. Acho que merecíamos uma final do Interior. Mas conseguimos refazer o time e começar o campeonato de uma forma muito boa.
Por que voltar ao Caxias?
Fui demitido do Criciúma ao final de 2017 por causa de um dirigente. Não foi o presidente. Voltei para o Sul e acertei com Caxias. Depois disso, ainda recebi convite de dois times: um do próprio Criciúma e outro de um clube da Série B. Acho que isso é reconhecimento que houve uma injustiça em Criciúma. Mas eu já havia acordado com o Caxias. Tenho uma amizade muito grande aqui, além de ter sido o clube que me projetou como treinador. O clube que projetou Tite, Mano, Roth, Felipão, como jogador. Isso me motiva muito. Fui unanimidade quando retornei.
E quando veremos Winck em um clube da Série A?
Não me preocupa, acho que tudo está acontecendo ao natural. Minha sequência mostra que tem um bom trabalho por trás. Tive bons rendimentos em todos os clubes por onde passei nos últimos anos. meu trabalho está sendo consolidado. não quero ficar ansioso com isso. Estou muito feliz no Caxias.
Quando os titulares do Grêmio estrearem você acha que o campeonato mudará muito?
O Grêmio tem um time muito bom e entrosado, mas esses meninos merecem o respeito de todos. Vai acrescer qualidade ao campeonato, vai ficar mais difícil, isso sim. Mas vejo que há boas chances de, uma vez mais, um time do Interior ir para a final.
O que você espera desse Inter?
O Inter poupou os titulares para a sequência de jogos, conforme o planejamento deles. Para nós, é um fator a mais de motivação enfrentar o time titular do Inter.
Quando o Caxias começou a treinar?
Começamos em novembro, mas muitos jogadores foram chegando aos poucos e somente em dezembro tivemos o grupo completo.
Tens falado com o seu sobrinho, Cláudio Winck?
Não falei mais com ele. Como tio, fico torcendo, como técnico, entendo que ele tem qualidade do meio para a frente, como a maioria dos laterais brasileiros tem essa deficiência na marcação. Não é o forte deles a marcação.