Sorteado para apitar o segundo jogo decisivo do Gauchão, Leandro Vuaden diz ter aproveitado os últimos dias para aprimorar a forma física, algo que o torcedor, garante ele, poderá constatar domingo.
O trabalho, realizado em uma academia de Lajeado, localizada dentro de um estádio que conta com quatro campos de futebol, teve efeito transformador, comemora o árbitro.
Permitiu-lhe repensar a carreira, a ponto de o árbitro não descartar estendê-la até os 50 anos, a idade máxima permitida - fará 42 em junho.
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Vuaden não nega que a pressão é menor por não se tratar de um Gre-Nal. Mas alerta que não hesitará em aplicar cartão amarelo ou vermelho independentemente do status do jogador.
Como ocorreu antes do Gre-Nal de 4 de março, realizará um período especial de concentração em um hotel com o restante do quarteto de arbitragem. Mesmo que tenha que pagar do próprio bolso. "Isso é investimento", afirma.
Você lembra de quantas finais de Gauchão apitou?
Não me apego muito a isso. Só fui descobrir que havia apitado 10 Gre-Nais antes deste último porque vocês me disseram. Me preocupo mais é com o jogo. Acho que a primeira decisão foi em 2004, lá em Canoas. (Inter 2x1 Ulbra)
Seria mais difícil apitar se a final fosse Gre-Nal?
A frase certa é: o barulho agora é menor. Gre-Nal dá bastante barulho, envolve muita coisa. Mas, para nós, da equipe de arbitragem, é igual. A cobrança é igual. Tratamos todos da mesma meneira.
É muito difícil apitar uma partida com D'Alessandro em campo? No primeiro jogo, ele recebeu cartão amarelo de Anderson Daronco.
Acredito que não. Eu sempre acho que o respeito é o limite de tudo, de parte a parte. Qualquer jogador, seja ele quem for, será advertido. D'Alessandro foi muito bem advertido domingo e aí surtiu efeito. A relação tem de ser respeitosa. Rodrigo Caio deveria servir de exemplo, mas o Brasil não está preparado para algumas coisas. O jogador está em campo para jogar, fazer espetáculo. Se não for assim, temos de tomar providência, seja verbal, com cartão amarelo ou vermelho. Não quero amedrontar nenhum jogador, mas não terei nenhuma dúvida em aplicar cartão vermelho.
Ainda há uma dúvida sobre o local do jogo. Você tem preferência?
Torço para que seja no estádio do Novo Hamburgo. O estádio oferece condições de jogo. Torço para que o clube consiga a liberação de todos os laudos. Seria um crime o Novo Hamburgo não poder usar o seu estádio na final. Isso vale para qualquer clube. A não ser que não consiga os laudos. Mas, não mudará nada se for em Caxias.
Como está sua preparação para o jogo?
Minha última partida foi Grêmio e Veranópolis (dia 8 de abril, vitória do Grêmio por 5 a 0). Depois disso, fiz uma espécie de intertemporada. Foi fantástico, estabeleci uma planilha de treinos, os resultados começaram a aparecer a partir do sexto, sétimo dia, todos poderão visualizar os benefícios domingo.
Como a final não será em Gre-Nal, você está perdendo dinheiro?
A taxa não muda se envolve algum da dupla Gre-Nal. Seria menor se fosse entre clubes do Interior. Domingo, Daronco recebeu a taxa normal, mais 50% por ser da Fifa.Eu receberei a taxa, mais 35%, por não ser Fifa. Convenhamos, o valor é muito bom. A Federação Gaúcha remunera os árbitros de forma muito satisfatória (o árbitro receberá R$ 7.146,00, os assistentes, R$ 3.573,00 e o quarto árbitro, R$ 1.786,00).