Lidar com as consequências do que funcionou em 2016 é o desafio do Brasil-Pel para 2017. Após fazer uma sólida Série B, o Xavante perdeu dois importantes nomes do setor ofensivo: o meia Felipe Garcia, a caminho do Nagoya Grampus, do Japão, e o atacante Ramon, que defenderá a Ponte Preta. Repor com qualidade essas e outras perdas, agora, são os "problemas" de Rogério Zimmermann.
O técnico, que está desde 2012 no Bento Freitas, não chega a reclamar quando recorda as peças que perdeu para a temporada 2017.
– Ainda bem que chegamos neste patamar – diz, lembrando o cenário de quando chegou ao clube: na Segunda Divisão estadual e na Série D.
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Em 2016, o Brasil-Pel retornou à Série B nacional e fez bom papel. Isso faz crescer os planos do clube para o próximo Gauchão?
Vou te dar um panorama do ano inteiro. Para a Série B, o objetivo é a manutenção novamente. Em 2016, a campanha foi melhor do que o esperado, fizemos 54 pontos. Mas temos consciência de que precisamos ir nos fortalecendo em termos de estrutura, de estádio, para depois tentarmos algo a mais. O Atlético-GO estava havia quatro anos na Série B (subiu em 2016 para Série A). O Brasil ficou muito tempo afastado deste nível, então é diferente. No Gauchão e na Primeira Liga, o objetivo é fazer boa campanha, algo que o torcedor goste, fique satisfeito. Vai ser o quarto Gauchão depois que subiu. Nos últimos três, duas vezes fomos campeões do Interior. Em 2016, não foi tão bom porque, depois de ser campeão, qualquer coisa menor do que o título não é tão bom. O que é boa campanha? Não saberia precisar. Talvez chegar às fases de mata numa condição melhor do que este ano, quando caímos contra o Grêmio.
Neste ano, o desafio é maior, já que o Brasil-Pel perdeu muitos jogadores. Concorda?
A reformulação será um pouco maior do que o normal. E a pré-temporada será mais curta, ao contrário de anos anteriores. Antes, na Série C, por exemplo, a competição acabava lá por outubro, então tinha novembro de férias e cerca de 60 dias de preparação. Neste ano, como jogamos a Série B e fomos até final de novembro, demos dezembro de férias e agora temos cerca de um mês. Então, isso também modifica um pouco. Mas é uma constatação, não uma reclamação. Ainda bem que chegamos neste patamar. Perdemos jogadores, é verdade, porque tem muito interesse por jogadores do Brasil. Mas hoje muitos também estão querendo jogar no clube.
Você chegou em 2012. O que ainda te motiva no Bento Freitas?
Meus contratos sempre foram de temporada em temporada, porque, no final de cada uma, tem de analisar se ainda existe possibilidade de crescimento. Continuar por continuar não significa muita coisa. O mais importante é que os cinco anos que estou aqui são acompanhados de resultado: acesso estadual, dois nacionais, duas vezes campeão do Interior, três participações na Copa do Brasil, que o clube nunca havia disputado... No curso da CBF que fiz, o Brasil foi superelogiado pela penetração que teve, as pessoas se identificam com o clube, com a torcida apaixonada. Ainda é um clube artesanal nessa relação jogador e comissão com a torcida, coisa que às vezes foge um pouco do que é o futebol atual. Então, o que motiva é a margem para crescimento. O ano de 2016 foi de salários em dia, depois de três, quatro anos com bastante dificuldade. Por isso, o Brasil tem pés no chão. Se fizer algo errado, depois pode sofrer nos próximos quatro, cinco anos.
Elenco do Brasil-Pel
Goleiros: Eduardo Martini, Anderson e Carlos Eduardo
Laterais: Wender, Éder Sciola, Tiago Silva e Marlon
Zagueiros: Cirilo, Leandro Camilo, Teco e Evaldo
Volantes: Leandro Leite, Nem e Galiardo
Meias: Lenílson e Aloísio
Atacantes: Gustavo Papa e Jean Silva
*ZHESPORTES