É difícil olhar com segurança e fé longe da Arena e do Beira-Rio quando chega o momento mais quente do Gauchão. Não é costume ver outra cor que não lembre o azul e o vermelho na hora de decisão em busca do título. Quando um estranho surge, mesmo numa semifinal, um dos grandes da Capital é sempre o favorito, o provável vencedor. Qualquer outro resultado é chamado de milagre. É da cultura local.
A diferença entre os dois adversários não está só na folha de pagamento, no número de sócios, no valor dos estádios. Está, sem preconceito, na qualidade dos jogadores.
É em busca de uma façanha regional que o São José visita o Inter na tarde deste sábado, com o Brasil virado de cabeça para baixo.
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O popular Zequinha desembarca nas semifinais com uma campanha atípica. Liderou o Gauchão quase até o final da primeira fase. Encarou a dupla com rigor de time competitivo. Empatou com o Inter. Superou o Grêmio.
A campanha do time da Zona Norte faz bem aos olhos e ao coração de quem gosta de futebol. Jogou 14 vezes. Venceu nove, empatou quatro. Perdeu uma só e quando já estava eleito para disputar as quartas de final da competição. Seu goleador Hiliardo marco oito gols. É um dos nomes do campeonato. Os colorados Saha e Vitinho, com seis cada, chegam perto. A defesa é a menos vazada, com sete. O adversário sofreu 10.
O São José é um time organizado, escudado por uma defesa segura e dono de um contra-ataque mortal. É decisão de dois jogos, o que diminui a chance dos pequenos.
A segunda partida, mais difícil, será disputada no gramado sintético do acanhado Passo D'Areia. Duas coisas deveriam ter sido banidas do futebol: o carrinho e o gramado sem grama natural. Mas os jogadores não respondem pelo piso alienígena dos dirigentes. No tapete do Beira-Rio, casa de Copa do Mundo, podem mostrar que o Zequinha 2016 quer algo mais do que tapa nas costas durante a bela campanha na fase de classificação de um campeonato regional. Deseja fazer história.